domingo, 4 de agosto de 2019

"O ASTEROIDE DO APOCALIPSE", POR AVELAR SANTOS

Um dia desses, navegando, feliz, nos verdes mares bravios da web, num abençoado fim de tarde, fazendo a costumeira viagem de cabotagem pelos jornais digitais, daqui e alhures, além de sites que versam sobre paisagismo, me deparei, depois de muito velejar, com meu catamarã quase ancorando na inexpugnável Krakatoa, com uma mensagem intrigante do meu dileto amigo Olívio Martins, ipuaranense da gema, natural da bela Ipu (cujo sonoro nome vem do Tupi Guarani I-água, e o onomatopaico PU- queda), que dizia com todas as letras que o Apocalipse estava a caminho da Terra, montado não em um cavalo branco de Napoleão, certamente, mas, sim, em um asteroide gigante assustador que se encontra em rota de colisão com a Terra, cujo desfecho final dar-se-ia no dia 03 de outubro desse ano da graça de 2019.
A princípio, confesso a vocês, pensei alto, olhando de soslaio para uma mangueira amiga, que, camaradamente, faz sombra ao meu quintal, cujos galhos se vergavam sob o peso de tantos frutos saborosos, achando que o grande intelectual ipuense estivesse brincando conosco, prosista de mão cheia que é, nas horas vagas, atiçando, com seu fino humor, as brasas de nossa imaginação; todavia, ao prestar mais atenção ao que ele dizia, fundamentado numa informação de uma conceituada revista semanal, obtida da própria NASA, vi, entristecido, e com bastante medo, que podemos infelizmente ir pelos ares, a vaidosa e obtusa humanidade, já no próximo mês desse ano da graça de 2019.
Meu bom Deus! E agora? O que vai ser de nós? O que vai ser de mim? Logo agora que devo ao banco do visionário Amadeu Aguiar somente a metade de uma conta estratosférica (que nunca conseguirei pagar, por mais que me esforce, com estes juros exorbitantes generosamente cobrados, e eles sabem disso melhor que eu), que mandara ajeitar o motor do fusca, ainda com prego grande a bater na Oficina do mecânico pai d´égua Josa, e com uma conta do tamanho da minha insônia, pendurada, sabe-se lá Deus desde quando, no açougue do amigo Cacá Lopes, que já me cobrou este pagamento umas mil vezes, e eu respondo estoicamente não posso, perdão, paciência, ao que ele, se benzendo, algumas vezes, aceita isso com um gesto de extrema boa vontade pela amizade fransciscana forjada ao longo de tantos anos.  
Muita gente se refere ao fim dos tempos usando duas palavras que, na verdade, não têm o mesmo significado. Se você tem algum tipo de interesse em como a Terra vai acabar, seja por motivos religiosos ou não, saiba que “apocalipse” e “armagedom” são coisas bem diferentes.
A palavra “armagedom” representa o local do fim do mundo, enquanto “apocalipse” pode representar uma série de eventos diferentes. A Bíblia conta com apenas uma referência ao armagedon. Essa palavra vem do hebraico “har”, que significa “montanha”; e de “Megido”, que era o nome de uma cidade que pertencia aos cananeus. A tal cidade hoje não passa de ruínas, localizadas a 90 km de Jerusalém.
A história de Megido sempre foi permeada com muitas lutas e sangue, inclusive em relatos bíblicos. O próprio rei Salomão usou a cidade para abrigar seus cavalos. Posteriormente, em 1918, a batalha entre britânicos e turcos acabou dando origem a Israel moderna. É dito que o período de mil anos de paz começará em Armagedom, quando Jesus e todos os santos derrotarão o Anticristo.
Avelar Santos (Professor e Escritor)