segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

CARNAVAL TRANSGÊNICO NA TERRA DO TURISMO CONSOLIDADO

Ao contrário de muitas cidades, Camocim deixou de depender, há algum tempo, de eventos do calendário cultural para lotar sua rede hoteleira. 
Em 2019, por exemplo, a ocupação esteve de média para alta em boa parte do ano, sem que o motivo fosse a presença de alguma banda ou cantor famoso.  
A cidade em si passou a ser o que vem atraindo cada vez mais visitantes. 
O Réveillon é o maior exemplo desse avanço. Sem nenhum tipo de evento público na praça, o município lotou novamente os meios de hospedagem, incluindo dezenas de casas de veraneio. 
Em Camocim, passou a ser comum alguém construir uma casa "extra" só para faturar nos finais semana. O alinhamento entre público e privado tem a ver com esse cenário. 
Agora será a vez do carnaval. O período mais esperado há alguns anos atrás pelos comerciantes, está sendo aguardado como mais um, entre tantos outros.  
Os silenciosos ventos do kitesurf, que duram quase 6 meses, são bem mais festejados que os confetes e serpentinas de um carnaval transgênico e barulhento que foi engolido pela tal modernidade. Pouco ou nada se escuta de carnaval durante o carnaval. 
De 22 a 25 de fevereiro, não apenas Camocim, mas diversas outras cidades vivenciarão o mais do mesmo. O forró e o sertanejo, já escutados no resto do ano, serão travestidos de "folia momina". O arremedo é patético. 
De qualquer forma, moradores e visitantes vivem agora a expectativa das atrações que deverão subir ao palco da Praça do Odus. Por outro lado, as bandas e cantores desse segmento seguem sendo quase os mesmos. Uma ou duas novidades surgem com alguma música "chiclete". Nada além disso. 
Mesmo assim, para não "passar em branco", Camocim aguarda a lista de atrações, porém, já de olho no resto do ano e nos rentáveis ventos do kitesurf. 
Postado por Tadeu Nogueira às 09:35h
Foto: @igor_flydrone