
PLUMA
Sou apenas uma leve pluma
levitando pelo ar
Nada sou, além de um voar ínfimo
Nada tenho, que não seja meu insignificante peso
Sim, vôo e não tenho asa
se só sei q existo porque minha alma pesa
Vou de um lado para o outro,
Para cima ou para baixo,
O vento da vida é que vai me levando,
apesar das vezes em que eu tento me desviar.
Quando a indesejada das horas
vier a minha procura,
não continuarei sendo quem sou.
Por isso prefiro o anonimato.
Sem nome, sem fama, sem nada.
O que poderão exigir de mim?
Onde deixarei a pista de meus crimes?
Não haverá lágrimas quando eu cair,
muito menos sorrisos.
Não haverá cobranças nem decepções.
Infelizmente o tempo não será generoso comigo
e a velha pena cairá ao chão,
ainda será arrastada contra as rochas,
perderá parte de si,
perderá a pureza,
ganhará feridas que jamais sararão,
ganhará marcas somente apagadas
por outras marcas
Entretanto, só uma coisa não mudará:
ela nunca deixará de voar,
mesmo que aos pedaços.
Adriana Belchior
Nada representa mais a música do que a dupla voz e violão, curta esse momento raro e descontraído de um dos maiores cantores desse País, cearense de Sobral e com raízes em Coreaú, aqui pertinho de Camocim.