domingo, 8 de junho de 2008

DOMINGO COM ARTE


PLUMA

Sou apenas uma leve pluma
levitando pelo ar
Nada sou, além de um voar ínfimo
Nada tenho, que não seja meu insignificante peso
Sim, vôo e não tenho asa
se só sei q existo porque minha alma pesa
Vou de um lado para o outro,
Para cima ou para baixo,
O vento da vida é que vai me levando,
apesar das vezes em que eu tento me desviar.
Quando a indesejada das horas
vier a minha procura,
não continuarei sendo quem sou.
Por isso prefiro o anonimato.
Sem nome, sem fama, sem nada.
O que poderão exigir de mim?
Onde deixarei a pista de meus crimes?
Não haverá lágrimas quando eu cair,
muito menos sorrisos.
Não haverá cobranças nem decepções.
Infelizmente o tempo não será generoso comigo
e a velha pena cairá ao chão,
ainda será arrastada contra as rochas,
perderá parte de si,
perderá a pureza,
ganhará feridas que jamais sararão,
ganhará marcas somente apagadas
por outras marcas
Entretanto, só uma coisa não mudará:
ela nunca deixará de voar,
mesmo que aos pedaços.

Adriana Belchior



Nada representa mais a música do que a dupla voz e violão, curta esse momento raro e descontraído de um dos maiores cantores desse País, cearense de Sobral e com raízes em Coreaú, aqui pertinho de Camocim.