
Em Camocim tem candidato usando a famosa “bengala política”. Geralmente é o padrinho de campanha, o patrocinador, essa figura cada vez mais utilizada depois que a justiça eleitoral passou a tratar de forma mais severa a compra de votos ou a famosa “doação” de produtos, como brinquedos, cestas básicas ou eletrodomésticos. A tática é simples. Como o flagrante de crime eleitoral se confirma apenas se o próprio candidato estiver entregando dinheiro ou “presentes”, o “bengala” entra em ação. Geralmente ele diz que está fazendo aquilo sem nenhuma intenção de ter como contrapartida o voto para seu apadrinhado , mesmo que em alguns casos sua imagem esteja associada diretamente ao candidato, como por exemplo, fotos em santinhos ou adesivos em carros. Esse mesmo “bengala” faz eventos distribuindo presentes durante todo o ano e utiliza até o velho código da solta de fogos para avisar que está na área, tática que lembra muito alguns morros cariocas. Até quando o pão e circo foram utilizados para diminuir a miséria de nosso povo diante da incompetência do poder público na área social a intenção era até louvável, até louvável, mas a partir do momento que se tornou barganha política, a máscara de bom samaritano cai e é mais um que entra na lista dos que se utilizam da miséria alheia para ter algo em troca. Eu tenho uma proposta para os bons samaritanos, já que moramos em uma cidade pesqueira. Que tal iniciarem um movimento, financiado com outros parceiros, em prol da criação de uma cooperativa de pescadores em nossa cidade, para que a produção do nosso irmão camocinense seja beneficiada, transportada e negociada por eles? Pescadores, em regime de cooperados, evitando assim a ação do 'atravessador' que compra o nosso pescado na forma de cartel e com preços abaixo de qualquer cotação lógica existente, revendendo lá fora a preços exorbitantes, sem falar que o lucro disso tudo fica circulando fora de Camocim? Garanto que a vida dos nossos bravos homens do mar iria mudar. Nós não teríamos pescadores passando fome, se matando de trabalhar quase de forma escrava para poder ficar 'em dia' com o patrão fornecedor e atravessador. Enfim, os 'bengalas' não ajudam a coletividade, afinal, os pescadores, unidos, seriam fortes e independentes. Já, individualmente, continuarão sendo submissos e expostos ao poder da barganha.
Postado por Tadeu Nogueira
E Digo Mais: No passado, existia um Prefeito, Setembrino Veras, que só deixava o peixe sair de Camocim quando a cidade ficava abastecida. Peixe pra fora só a partir das 17 horas.