quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ALÉM DOS PIOLHOS DE CARLOTA JOAQUINA...

O MELA-MELA FOI MAIS UM "PRESENTE"
TRAZIDO PELAS CARAVELAS
O costume de se brincar no período do carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses, provavelmente no século XVI, com o nome de Entrudo. Já na Idade Média, costumava-se comemorar o período carnavalesco em Portugal com toda uma série de brincadeiras que variavam de aldeia para aldeia (foto). Em algumas notava-se a presença de grandes bonecos, chamados genericamente de "entrudos". No Brasil, essa forma de brincar — que consistia num folguedo alegre mas violento — já pode ser notada em meados do século XVI, persistindo, com esse nome, até as primeiras décadas do século XX. Havia vários tipos de entrudos, o familiar por exemplo, acontecia dentro das casas senhoriais dos principais centros urbanos. Era caracterizado pelo caráter delicado e convivial e pela presença dos limões de cheiro que os jovens lançavam entre si com o intuito de estabelecer laços sociais mais intensos entre as famílias. O entrudo popular era a brincadeira violenta e grosseira que ocorria nas ruas das cidades. Seus principais atores eram os escravos e a população das ruas, e sua principal característica era o lançamento mútuo de todo tipo de líquidos (até sêmem ou urina) ou pós que estivessem disponíveis. A partir dos anos 1830, uma série de proibições se sucedem na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira. Combatido como jogo selvagem, o entrudo continuou a existir com esse nome até as primeiras décadas do século XX e existe até hoje no espírito das brincadeiras carnavalescas mais agressivas, como a "pipoca" do carnaval baiano ou o "mela-mela" da folia de Olinda. Fonte: Wikipedia
Lá vou eu: Nada como um pouco de história para que nosso quengo se abra um pouco mais para o significado das coisas. Diante do texto que explica a origem do hoje polemizado mela-mela, fica claro o retrocesso nas atitudes de alguns com relação aos atos praticados na bela pracinha do amor. Moradores decentes são obrigados a se enclausurar, tendo suas portas servindo de banheiro nada químico para "animais" sem educação. As janelas precisam ser vedadas, sob risco de receberem na sala sacos plásticos cheios de urina dos cavalos ali presentes ou então "merda" pura mesmo. O que motivou a tentativa de proibição dessa manifestação herdada da corja que veio nas caravelas é mais do que justa. A parte insensata foi acionar a justiça uma semana antes , o que poderia causar um prejuízo sem tamanho para os comerciantes que estão se preparando há tempos, assim como a Prefeitura, que não teria tempo hábil para mudar o entrudo de lugar. O mela-mela de Camocim surgiu através de foliões acostumados com a meladeira em Paracuru, daí aos poucos trouxeram essa "jóia" pra cá. Há tempos deixou de ser uma brincadeira a mais do nosso carnaval, passou a ser evento de risco. A prova disso é que cada vez mais pessoas que realmente vão para se divertir, ficam em áreas afastadas do centro da pracinha, assim como ocorre no Odus, quando aproximar-se do palco é como pedir pra levar porrada e garrafada no meio da testa.
Aos que vão com intuito de brincar carnaval, bom mela-mela, muito spray não tóxico na cara de seus amigos e muitas gargalhadas. Aos que vão para mijar nas portas alheias, jogar "merda" nas janelas de pessoas de bem, roubar, ferir ou atacar adolescentes, espero sinceramente que esses encontrem o braço da lei para detê-los. Assim como houve com o Fortal na Praia de Iracema, o mela-mela já deu o que tinha de dar na pracinha do amor e assim como aconteceu com os paredões enlouquecidos da beira-mar de Camocim, o ideal seria se melarem a partir do ano que vem no Lago Seco.
Postado por Tadeu Nogueira