sexta-feira, 20 de março de 2009

QUALQUER SEMELHANÇA...

UNIVERSITÁRIOS ARRISCAM A
VIDA EM ÔNIBUS ESCOLAR
Perder aula por falta de transporte é problema que compromete os estudos de universitários na zona norte. Todo dia, cerca de 300 estudantes universitários de Tianguá arriscam a vida no transporte escolar, ao se dirigirem para as aulas na UVA, em Sobral. O único veículo que faz o transporte pela manhã trafega superlotado. Tem capacidade para conduzir 46 passageiros sentados, mas já chegou a levar cerca de 104 jovens. Para evitar uma tragédia, os universitários estão cobrando da Prefeitura a aquisição de mais ônibus e improvisam sistema de senhas, que, se por um lado pode resolver a superlotação, por outro, compromete a freqüência em sala de aula para aqueles que não podem custear do próprio bolso a viagem até Sobral.
No transporte arriscado, tem um percurso de cerca de 10 quilômetros, na descida da Serra da Ibiapaba, que é cheio de curvas perigosas. De acordo com os universitários, a cada dia a situação fica pior. Na última quarta-feira, quando a reportagem acompanhou o tráfego, policiais rodoviários federais do Posto da PRF em Tianguá resolveram impedir que o veículo descesse a serra superlotado, obrigando o motorista a retornar à Praça do Eucalipto e deixar no local cerca 40 estudantes. Eles tiveram que pegar outro tipo de transporte, custeado do próprio bolso, para chegarem à universidade em Sobral. Os que não tiveram dinheiro para pagar a passagem, perderam a aula nesse dia.
Para a estudante do 7º semestre de Biologia, Gerlândia Silva Lima, a medida só veio a prejudicar quem pretende continuar estudando. “Temos agora que contar com a sorte de ser sorteada para garantir a presença na aula. A cada semestre aumenta o número de alunos e as condições oferecidas pelo município é a mesma de antigamente”, desabafa. A situação da aluna Francisca Geane de Sousa Rocha, do curso de Enfermagem, é bastante complicada. Ela divide o seu tempo entre os estudos e o trabalho. “Somos obrigados a acordar entre 3 e 4 horas da madrugada para garantir o nosso lugar no ônibus e, ao retornar, tenho ainda que trabalhar. Se a gente tivesse um conforto nas viagens seria bem melhor pra mim”, diz Geane Sousa, ao mesmo tempo em que culpa o poder público pelo descaso.“Você está vendo menos gente hoje no ônibus porque a fiscalização começou a acontecer, mas, antes, era um por cima do outro e a gente não tinha condições sequer de se mexer. Será que isso não é o bastante para tomar as providências?”, quer saber a universitária Maria Oneide, ao mesmo tempo em que lamenta que outras pessoas não tiveram a mesma sorte de viajar naquele dia. “Teve gente que mesmo tendo prova hoje não pôde viajar. Isso é que nos revolta”.
Eles contam que todos os dias é o mesmo sofrimento. Saem de casa com a esperança de chegar com vida à universidade. Para amenizar o problema, os próprios estudantes chegaram a um acordo para transportar apenas mediante distribuição de senhas. As primeiras 55 senhas são numeradas, o que garante um acento no coletivo. Outras 11 são em branco, sinalizando que haverá o transporte em pé. O município de Tianguá, de acordo com dados da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos, tem matriculados na rede municipal de ensino cerca de 20 mil alunos. Pouco mais da metade necessita de ser transportado. Para completar a demanda, o município teve que contratar, por meio de licitação, dezenas de veículos (microônibus, topics e vans) para fazer o traslado dos alunos entre a zona rural e a sede de Tianguá. As rotas cobertas por esse tipo de transporte são 46 para o Ensino Fundamental e 11 para o Ensino Médio. As rotas atende ao Programa Caminho da Escola.
Texto condensado do DN, com Reportagem e foto de Wilson Gomes
Lá vou eu: Aposto que tirando o nome da cidade e mais alguns detalhes, você que leu a matéria pensou de cara no lata velha. Eu imaginei o nosso "possante" descendo essa ladeira de Tianguá, sem freios. Não que eu duvide que o Vavá consiga vencer o desafio, mas, nas curvas, com certeza iria faltar nome de Santo para tanta promessa feita, afinal, como disse um amigo meu, a direção do lata velha não tem mais folga, tem férias.
Postado por Tadeu Nogueira