domingo, 24 de maio de 2009

A RUA DA GAVETA

A RUA DA GAVETA
(Inácio Santos)
O ano da graça de 1969 pegou-me vivendo nesta cidade, época em que o mundo se me desabrochava, revelando-se em fantástico nascedouro de novidades e mistérios, que iam se desvendando no transcorrer do dia-a-dia.
Tinha eu oito anos vivendo numa poética cidade litorânea, aonde há pouco tempo chegara energia elétrica (Paulo Afonso). Ainda não havia, pelo menos aqui, televisão, vídeo cassete, vídeo game e outras tantas parafernálias da atual moderna tecnologia. De contrapartida Camocim oferecia um clima ameno, um mar (rio) sem poluição (a atual Praia dos Coqueiros, que hoje é cemitério de carcaças de barcos), era na época despoluída e própria para o banho, além do porto que funcionava a contento e o trem de carga e passageiros, que à tardinha ao chegar à estação, proveniente da capital, era um verdadeiro show.
Era, pois, neste mundo, esbanjando o fulgor da juventude, juntamente à puerilidade dos meus oito anos, vejo-me trancafiado nas dependências do “Grupo Escolar José de Barcelos” (atual Prefeitura), quando a sineta tocava à tardinha, anunciando o final das aulas, tal qual um vespeiro, a molecada corria em todas as direções rumo à porta de saída; e a praça (na época não existiam, os prédios da Caixa Econômica e Fórum, bem como a praça cimentada) então se transformava em vários campinhos para uma gostosa pelada. Eu comumente participava sempre atento às horas, para não chegar em casa muito tarde; depois era passar pela caixa d’água, pois quase sempre nesta hora (15:30h) a mesma transbordava. Era uma verdadeira festa, ficávamos de calção (já vínhamos prevenidos, por baixo da roupa), tomávamos um delicioso banho.
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Postado por Tadeu Nogueira