
Apesar da modernidade, as vilas ainda guardam um pouco do bucolismo de outros tempos, quando as casas não precisavam de grades e nem de cadeados. O crescimento das famílias fez com que algumas ganhassem um segundo pavimento, como é possível observar na Vila Diogo. Estes espaços conservam características especiais como o contato com a vizinhança. “Se há uma necessidade a gente sabe que pode contar com o vizinho´, garante Sônia Alves, que lamenta ter trocado a meia porta pela grade e o cadeado. No entanto, a falta de segurança não é suficiente para acabar com o hábito que sua mãe conserva até hoje, aos 90 anos: sentar na calçada, todos os dias, no fim da tarde. ´A gente faz isso diariamente, a partir das 4 horas (16h)´.A moradora da Vila Diogo confessa ter saudade do que ela chama de “outras épocas”. Conta que era uma tranqüilidade a morada no local, reclamando que os costumes estão sendo alterados. “Antes, todo mundo ficava na calçada até tarde, o que não é mais possível”.
A vida era menos corrida, daí as pessoas terem mais tempo para uma conversa mais demorada no início da noite. Durante a semana, assegura que a vila tem mais vida porque há movimentação de carros e pessoas. Agora, aos domingos, a situação muda. “É muito esquisito”, diz Sônia Alves. No geral, avalia a convivência como calma. “De vez em quando aparece um gaiato para mexer no cadeado”, ressalta. Para completar a segurança, a moradora cria uma cadela. “Ela é pequena, mas é esperta”, brinca.
Fonte: DN
Postado por Tadeu Nogueira