FUNIL DE VENTO
(Jonas Pessoa do Nascimento)
O chão quente me violenta os pés.
A garganta dói. Meu rosto incendeia.
Sou real. O sangue, na minha veia,
Corre; espiando os males de viés.
Meu nariz assopra o pó dos abraços,
Não lembro minhas mãos terem ferido,
Há mais de trinta anos tenho vivido,
Montando de minha história os pedaços.
Meus braços são asas que não alçam voo,
Tomo um trem sem saber aonde vou,
Da portinhola, vejo fome e sede.
O vento se apertando no funil,
Esquenta o barro que me fez viril
E me mata prensado na parede.
A garganta dói. Meu rosto incendeia.
Sou real. O sangue, na minha veia,
Corre; espiando os males de viés.
Meu nariz assopra o pó dos abraços,
Não lembro minhas mãos terem ferido,
Há mais de trinta anos tenho vivido,
Montando de minha história os pedaços.
Meus braços são asas que não alçam voo,
Tomo um trem sem saber aonde vou,
Da portinhola, vejo fome e sede.
O vento se apertando no funil,
Esquenta o barro que me fez viril
E me mata prensado na parede.
Condensado do Livro "O Grito", do escritor camocinense Jonas Pessoa do Nascimento
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Postado por Tadeu Nogueira às 07:55h