domingo, 14 de março de 2010

AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
(Yoani Sánchez)
Escutei centenas de vezes que o espaço universitário - como um santuário - não podia ser invadido pelos demônios da repressão. Imaginei que estes revoavam ao redor da escadaria sem poder entrar nessa zona de letras e fórmulas matemáticas onde se abrigam os alunos. Porém essa suposta imunidade só existia nas minhas fantasias, pois a história cubana mostra as transgressões sucessivas que as universidades do meu país sofreram. Ante o olhar de Palas Atena, o castigo irrompeu uma infinidade de vezes nesses recintos destinados ao conhecimento e erudição.
Durante a primeira metade do século XX, vários protestos de estudantes chegaram a exigir até a renúncia do presidente, evidenciando a força social que emanava das escrivaninhas. Nos muros ao redor da Colina, ainda se observam as pinturas da inconformidade juvenil que as depurações revolucionárias posteriores reduziram à apatia. A Federação Estudantil Universitária deixou de ser aquele formigueiro de ideias e ações que mais de uma vez sacudiram a cidade, para se converterem numa representação do poder frente aos educandos. A organização perdeu assim todo ser caráter rebelde e seus líderes já não são eleitos pelo seu carisma ou popularidade senão pela sua confiabilidade política. O slogan “a universidade é para os revolucionários” contribuiu para impor a máscara como o método mais seguro para conseguir um diploma.
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Postado por Tadeu Nogueira às 08:02h