
A venda de pastéis em diversos pontos do centro comercial de Camocim virou quase uma tradição. O "kit pastel"geralmente vem com uma mesa, um tacho, um botijão de gás e isopores. Tudo isso "funciona" nas calçadas da cidade, inclusive o botijão de gás. Muitos podem pensar que a matéria tem o interesse de retirar o ganha-pão da boca de pais de famílias que adotaram o mercado infomal como meio de sobrevivência (isso é sempre usado como defesa!). Acontece que essa desculpa não cola mais, ainda mais quando essa prática vem ferindo o direito de várias pessoas que recebem a denominação de "pedestres". Existem vendedores de pastéis que já têm condições de sobra de entrar na formalidade, inclusive instalando seu negócio num ponto comercial. Acontece que isso traria a famosa carga tributária exigida pelo governo, enquanto que nas calçadas a isenção de impostos é o maior atrativo. Mas o que dizer da situação dos pedestres que são literalmente expulsos desse espaço quando saem às ruas? O que dizer dos cadeirantes, que já sofrem com a falta de acessibilidade na maioria dos logradouros da cidade, incluindo a Câmara de Vereadores e a Prefeitura Municipal?No último final de semana, testemunhei um apelo solitário de um idoso, portador de doença cardíaca, que simplesmemte perguntava por que ele tinha que descer a calçada toda vez que dava de cara com uma "pastelaria" no centro de Camocim. Ele disse ainda que se sentiu um intruso quando precisou "atravessar" o "ponto comercial" do comerciante, tanto que teve que se arriscar descendo para a rua, isso se quisesse seguir seu caminho. Tudo isso acontece sob o "olhar cego" do coitado (sabido) do vendedor e das autoridades que deveriam administrar a cidade, inclusive para idosos, portadores de deficiência, enfim, para o povo em geral. Já que não existe providência, deveriam pelo menos adotar o uso de placas de alertas. Que tal "Atenção, tacho a 11 metros"!
Postado por Tadeu Nogueira às 09:18h