Há exatamente dois anos o machado "cantou" nos caules das árvores centenárias da Praça do Coreto, no centro da cidade de Camocim. A ordem veio de cima, de cima leia-se o Prefeito Municipal, autoridade máxima quando se trata de gerir recursos públicos, administrar a cidade atendendo às necessidades de todos, sem distinção de raça, cor, religiao, posição social ou partidária. Na teoria é assim, mas daí para a prática são outros "quinhentos". Na realidade, essa é implacável, a coisa não é bem assim, não mesmo. No começo do mês de abril de 2008 essa mesma autoridade, talvez num surto tipo "hoje o dia tá chato, sem emoção", decidiu mandar destruir uma praça alegando que seria para reformar. Arrancou árvores com a desculpa de que as raízes das mesmas estavam prejudicando a via pública e as residências no seu entorno. Tudo isso foi feito sem recursos, sem planejamento, sem placa da obra (isso já é tradição) informando os números de licenças, o engenheiro responsável, a previsão de término e quanto seria gasto do dinheiro do povo, o mesmo povo que por lei tem direito ao lazer, aos locais arborizados com bancos e jardins. Esse locais são chamados de praças. Hoje a finada Praça do Coreto completa dois anos de morte, sob o olhar omisso da administração da cidade, sob o silêncio sepulcral da imprensa chapa branca, que nunca citou uma linha sobre essa ferida urbana. Pra completar, pelo jeito já providenciaram outro local para a correição de Camocim. Pelo menos é o que se nota na foto (tirada às 06:00h de hoje), um cavalo comendo o capim que ainda brota da inerte praça que um dia foi do povo.
Confira abaixo o vídeoclipe produzido especialmente para o dia da finada.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:30h
Postado por Tadeu Nogueira às 08:30h
Foto: Tadeu Nogueira
