"ALGUNS VEREADORES QUE SEMPRE
FORAM A FAVOR DE CONTRATAÇÕES,
VOTARAM CONTRA AGORA PORQUE
A PREFEITA SOU EU", DISSE A
CHEFE DO EXECUTIVO DE CAMOCIM
Durante quase 90 minutos de entrevista,
no início da tarde desta terça-feira (05), concedida ao Radialista Marcelo
Barros, apresentador do Programa Grande Jornal, apresentado de segunda a sexta
na Rádio Pinto Martins 98,7 FM, a Prefeita de Camocim, Monica Aguiar (PSB),
relembrou a forma como recebeu o município, falou de alguns avanços, mesmo
ainda estando com dificuldades administrativas extremas, e tocou nos polêmicos
temas "Projeto de Contratação de Servidores Temporários" e "Concurso
de Camocim. De acordo com ela, sobre a sessão legislativa de ontem, em que o
projeto de lei que contrataria temporários para o serviço essencial do
município não foi aprovado, "houve inconsistência e
incoerência por parte da oposição".
Lembrou que os vereadores de seu grupo
político, mesmo na oposição, jamais votaram contra contratações, pois seria
como votar contra o povo de Camocim, já que é necessário esse tipo de servidor em
qualquer administração.
"Quero deixar claro que a lei que
encaminhei à câmara, é uma lei que nos últimos 20 anos, tendo ou não concurso, sempre
foi aprovada. Na educação, por exemplo, temos servidores readaptados, licenças
médicas. São situações em que precisamos substituir o servidor temporariamente
com contratados. Na saúde, como fazer para contratar médicos? Essa
justificativa da oposição de citar o concurso, como desculpa para não ter
aprovado o projeto de lei, não tem sentido, pois nunca me posicionei
contra o concurso. A lei não tinha nada a ver com concurso", disse Monica
Aguiar.
A Prefeita disse ainda que o concurso é
importante para o município que a administração necessita apenas de um tempo
para ter um diagnóstico, para saber se foi realizado dentro da legalidade, da
ética e da democracia. Depois disso, ela poderá se posicionar sobre o
concurso. Disse que não poderia assinar um ato sob risco de ser
responsabilizada depois por algo de errado que surgisse.
Lembrou que o concurso vinha sendo
empurrado desde 2009, e que parte dos vereadores nunca cobrou a convocação
antes. Os mesmos vereadores que sempre votaram a favor de contratações
temporárias, não foram contra os 2 mil que foram contratados no período
eleitoral do ano passado. "Hoje eles são contra contratações porque a
prefeita sou eu. Porque o objetivo é atrapalhar a administração, é me atingir. Isso
vem ocorrendo de forma premeditada desde o caso da dívida deixada pelo
Ex-Prefeito junto ao INSS, pois ele saiu sabendo que o órgão iria cobrar nos
dois primeiros repasses de 2013. Com a decisão da Câmara ontem, muitas pessoas
foram barradas, porque no fundo eles queriam atrapalhar a gestão, e ao fazerem
isso, atingiram o povo", disse ela. E disse mais: "O caminho era a
parceria com o poder legislativo, o poder legislativo dificultou isso. A partir
de agora vamos tomar as medidas para garantir a continuidade dos serviços
essenciais". Completou dizendo que por falta de fiscalização desses mesmos
vereadores, o município foi entregue em situação calamitosa. De acordo com o
que disse Monica Aguiar, os contratados atuais, por força do decreto de
emergência administrativa, ficarão em seus cargos até 30 de Março de 2013,
quando termina o prazo de 90 dias. Ela lembrou ainda que o TCM está na cidade
investigando as denúncias de desmonte praticado pela administração anterior, e
que o MP também está investigando, para cobrar depois, dos responsáveis, a
responsabilidade pelas ações e omissões. A empresa que está fazendo um diagnóstico de gestão no município é a Associação Cearense de Estudos e Pesquisas (ACEP), de Fortaleza, que deve entregar o relatório à prefeita até o final de abril.
Postado por Tadeu Nogueira às 16:05h