sexta-feira, 21 de junho de 2013

EM FORTALEZA, PROTESTO DE QUINTA TEVE INÍCIO PACÍFICO COM FINAL CAÓTICO

MINORIA TENTOU INVADIR SEDE 
DO GOVERNO SEM APOIO DA MAIORIA
O dia de protesto em Fortaleza nesta quinta-feira (20) terminou com confronto em frente à sede do governo e ao menos 61 detidos. Por volta das 20h, após passeata pacífica, um grupo de manifestantes tentou invadir o Palácio da Abolição, sede do governo, onde o governador Cid Gomes (PSB) esteve durante toda a confusão. O local virou uma praça de guerra, com a polícia atacando com balas de borracha e os manifestantes com pedras e bombas caseiras. O saldo final foi de 61 detidos --55 adultos e seis adolescentes. Havia ao menos 3.000 manifestantes em frente ao palácio, mas nem todos participaram dos atos de vandalismo. Os que defendiam um ato pacífico avisaram à polícia que sairiam e foram embora. Os participantes do protesto tentaram definir uma pauta de reivindicações ao governador Cid Gomes (PSB), mas o movimento estava dividido e não houve consenso. Parte dos agressores usava máscaras. Por volta das 20h, esse grupo rompeu as cercas de metal armadas para impedir a invasão do palácio e quebraram os vidros da guarita de entrada. Os que tentavam invadir chegaram a entrar no perímetro do Palácio da Abolição, mas a PM formou uma barreira e impediu a invasão total. 
Os manifestantes recuaram e ficaram, de longe, atirando pedras no palácio. Também jogaram as cercas de metal nos espelhos d'água do imóvel --local que mais cedo servira de banheira para alguns manifestantes. A PM avançou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, dispersando o grupo. Também dispersou os manifestantes a golpes de cassetete. Formou-se um cordão de isolamento na avenida Barão de Studart, na frente do palácio, e ruas laterais foram fechadas. Em reação, os vândalos atiraram pedras contra prédios, lojas e uma agência da Caixa Econômica Federal nas proximidades. Eles acabaram encurralados e os policiais começaram a prendê-los e revistá-los. Todos foram levados a uma delegacia próxima. Segundo a Polícia Civil, todos os presos mantiveram confronto com a polícia. Entre as mochilas de alguns, ainda segundo a corporação, havia bombas, canivetes e estilingues com bolas de gude, usadas para quebrar os vidros do palácio. Policiais infiltrados no movimento e funcionários do governo estadual filmaram e tiraram fotos dos manifestantes, material que será usado para definir responsabilidades. 
Todos poderão responder por dano qualificado ao patrimônio, incitação à violência, formação de quadrilha e lesão corporal. Houve dois PMs feridos por pedradas. Não havia balanço de manifestantes feridos na noite desta quinta (20). Familiares e amigos dos detidos diziam na delegacia que vários deles tinham sido presos já longe da manifestação e não haviam participado de atos de vandalismo. O protesto na capital cearense começou pacífico, por volta das 16h, na praça Portugal, área nobre de Fortaleza. Manifestantes marcharam pedindo redução da tarifa de ônibus e a entrega das carteirinhas de estudante de 2013, que está atrasada. A manifestação havia sido organizada por estudantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Universidade Federal do Ceará, que pediam a todo momento que não houvesse vandalismo. Os estudantes foram até a Assembleia Legislativa. Negociaram com a PM uma reunião com o presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, e o secretário de Educação da prefeitura, Ivo Gomes, ambos do PSB. De lá, seguiram para o Palácio da Abolição, onde o ato acabou em violência.
Postado por Tadeu Nogueira às 09:31h
Com informações da Folha / Foto: Fábio Lima