terça-feira, 5 de novembro de 2013

SOBRE CAMOCIM...E O TRANSPORTE MARÍTIMO!

Um leitor do blog Camocim Pote de Histórias me pergunta sobre o transporte de pessoas em barcos e navios para Belém na década de 1950. Com efeito, os jornais do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX de todo o Brasil, são pródigos em anunciar os trajetos e horários destas embarcações em suas páginas. Não sei dizer se efetivamente houve linhas marítimas só de passageiros, mas, combinando-se cargas com pessoas, as  companhias faziam este transporte. Nestes mesmos jornais, em colunas específicas, era comum se noticiar a chegada e partida de pessoas, notadamente de autoridades que visitavam as redações dos periódicos para oferecer-se a registro e mostrar distinção dos demais pobres mortais, com seu nome no jornal mostrando o que veio fazer naquele lugar de passagem: negócios ou passeios. Ecos do culto às “celebridades” de outrora! 
Desta forma, o Porto de Camocim era um ponto de convergência para quem queria viajar para a capital Fortaleza, outros estados da federação ou mesmo outros países, já que o porto era contemplado com roteiros para o continente americano e europeu, principalmente. No entanto, nos momentos de secas e guerras, o porto servia como base de transporte de levas de emigrantes da região para outras partes do país.
Ainda no século XIX, por exemplo, o jornal A Federação, órgão do Partido Republicano Federal editado em Manaus, na edição de 14 de dezembro de 1898, Nº 282, traz um relatório desse transporte para aquele ano, que nestes tempos de guerra ou seca era custeado pelo governo. Vejamos (respeitando a grafia da época):
Pelos estados:
De janeiro a outubro sahiram pelo Porto de Camocim com destino ao norte, 3.795 pessoas a saber. 
Nos navios da Companhia Maranhense - 2.099
Nos da Companhia Pernambucana – 1.232
Em diversos vapores - 414
Total        3.795
Portanto, quando o transporte marítimo era nossa principal via de comunicação, o Porto de Camocim tinha relevância no cenário nacional.        
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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