terça-feira, 24 de dezembro de 2013

SOBRE O CAMOCIM...E SEU FUTEBOL ATUAL

Levado pelo meu filho volto ao Estádio Fernando Trévia, depois de alguns anos, para conferir a final do Campeonato Camocinense de Futebol de 2013. Imediatamente relembro quando meu pai me levava nas tardes de domingo para ver um Cruzeiro x Santos cheio de rivalidades e de um bom futebol, apesar do campo ser um imenso areial.
O clássico de agora é Jovem Estrela e Favela (uma dissidência do antigo Cruzeiro). Nas arquibancadas lotadas reconheço velhos craques como Bodó, Jarbas e Dibambanha que balançava a cabeça negativamente a cada jogada bisonha de algum jogador de agora. Na certa ele está pensando que se tivesse jogado num gramado como o atual teria feito muito mais do que fez com a bola, ou então pensaria que esse mesmo jogador nem sequer andaria em campo no tempo da areia. Olho para as cabines e constato que nenhuma emissora cobre o jogo. Pergunto o porquê ao Autran e o mesmo nos diz que faltou apoio para tal. O mesmo problema de sempre. Na preliminar, para minha surpresa o atacante do Favela é o Henrique, meu primo, garoto que parece ter futuro e afinal marcou o único gol da partida e tornou seu time campeão. 
Na partida principal, coincidentemente disputavam o título os mesmos Jovem Estrela e Favela, que trouxe na sua torcida uma batucada ensurdecedora. No primeiro tempo o detalhe ficou pelo inusitado: enquanto os jogadores do time do Jovem Estrela comemoravam a abertura do placar junto ao seu banco de reservas, o juiz apitou o reinício da partida e o time do Favela empatou imediatamente. Reclamações não vingaram, afinal o árbitro Almeida Filho, da Federação Cearense de Futebol, impôs sua autoridade, talvez lembrando a regra para os atletas do Jovem Estrela. Já no segundo tempo, a superioridade do Favela foi sendo construída a cada gol, até que no tento, marcado por Jorge Alan, o mesmo já tendo cartão amarelo tirou a camisa ainda em campo e foi afastando seus companheiros numa carreira desabalada, pulou como um cabrito o muro do campo e foi comemorar junto à torcida e de lá não voltou mais... Coisas do nosso futebol!
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Historiador
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