"O mundo é um livro e aquele que não viaja
lê apenas a primeira página". A frase de Santo Agostinho reflete um pouco
do que aprendemos nos últimos dias numa viagem à uma das cidades mais
visitadas por brasileiros no mundo, a vizinha Buenos Aires. A riqueza cultural
e histórica bastante enraizada no estilo de vida dos "hermanos"
causam um verdadeiro impacto em quem chega à capital portenha achando que vai
conhecer apenas mais um lugar bacana de clima diferente para passar férias.
Pensando nisso, a partir de hoje utilizaremos esse espaço para fazer
algumas recomendações também sobre viagens feitas à lugares que vão além
do nosso Camocim, e assim dividir com os leitores do blog algumas impressões
das "páginas" do "livro" da vida que passamos a conhecer.
Escolhemos BA por se tratar de um destino
internacional próximo, por ter idioma parecida com o nosso (e
realmente não encontramos grandes problemas em conseguir nos
comunicar), e pelos costumes que até então achávamos semelhantes aos dos brasileiros.
Mas tivemos boas surpresas ao chegar lá. Logo antes de pousar, pudemos observar
a organização da cidade, que apesar de ser antiga, se mostrou bem elaborada,
parecendo mais ser uma cidade projetada. Ao chegar em solo argentino temos
a impressão de pisar em "território do inimigo", pelo mito criado
pelo futebol, mas essa desconfiança se desfaz com a educação e o tratamento dos
hermanos em cada lugar que passamos. Outra coisa que não encontramos por lá foi
a picanha argentina. Sim, fomos enganados a vida inteira, as carnes de lá são
um pecado, mas a famosa picanha não se encontra nos menus da cidade. Arroz e
feijão são bastante raros, os acompanhamentos tradicionais das refeições são as
batatas, conhecidos como papas, o que nos causa estranheza no começo, mas logo
nos acostumamos com a deliciosa combinação. Ao pedirmos por sobremesa fazemos
mais uma descoberta, a de que não sabemos o que é um doce de leite de verdade.
Pois é, além de outros fantásticos sabores como os dos alfajares e dos helados
(sorvetes tradicionais considerados por muitos, melhores que os italianos), o
doce de leite é uma iguaria do lugar, provavelmente por ser originário do país,
mas principalmente pelo sabor irresistível. Até as franquias internacionais
como o Mc Donald's e o Burger King tiveram que se adaptar e têm o produto à
disposição da clientela.
Outro costume e paixão dos argentinos, são as
cafeterias, frequentadas por pessoas de todas as idades que aproveitam os
ótimos ambientes não só para tomar o tradicional café portenho, mas também para
passar um bom tempo por lá, seja conversando, descansando, lendo, ou mesmo
estudando. E quando falamos em idade, estamos nos referindo realmente a
todas as faixas etárias. Os idosos por lá, são muito auto suficientes e mantem
vida social ativa. É muito comum você cruzar nas ruas movimentadas do centro
com velhinhos andando de muleta, bem devagar, e quando percebe, estão entrando
nos cafés para lerem jornais ou em livrarias para saciarem o hábito da leitura.
Lá você encontra livraria em tudo que é canto, sempre bem frequentadas, e
inclusive durante a madrugada. Eles realmente têm o hábito da leitura muito
mais intenso do que o brasileiro. Não é raro você se deparar com mendigos lendo
jornais, revistas ou livros nas calçadas da capital argentina. Nos deparamos com
um lendo o jornal do dia, outro lendo um livro que pareceu ser de anatomia
humana e por fim, um outro recebendo uma "visita em casa" e
discutindo sobre política.
A cidade é simplesmente apaixonante, e os
motivos são incontáveis. Em BA o verde se mostra bastante preservado e bem
aproveitado pelos habitantes. O clima agradável, pelo menos nessa temporada, e
as várias opções de lazer, deixam as inúmeras belas praças da cidade sempre
frequentadas a qualquer hora do dia, seja para passeio, atividades físicas,
rodas de conversas ou pique nicks. Tanto nas praças e jardins públicos como nas
ruas movimentadas do micro centro ou mesmo na feirinha de San Telmo, um dos
pontos turísticos mais frequentados da cidade, percebemos a forte relação do
homem com os cães e o convívio pacífico entre eles. Por lá os cães são muito
bem cuidados e passeiam muitas vezes soltos ao lado dos donos sem ninguém
estranhando ou se incomodando com a presença deles. A impressão que dá é que em
todas as casas ou apartamentos, existe um cão como membro da família e não como
animal de estimação.
Mas se tem uma coisa que poderíamos apontar como
a mais impressionante em Buenos Aires, principalmente por teoricamente se
tratar de uma cidade "equivalente" às grandes metrópoles brasileiras,
é a sua arquitetura centenária muito bem preservada, o que parece enaltecer o
patriotismo daquela nação. Pra onde você olha há uma construção ou monumento
que conta um pouco da rica história de um país que nos faz refletir sobre o
lugar que nascemos, e o porquê de não termos tanta história para mostrar. Deve
ser por isso que somos gratos a Deus por ele ter nos dado tantas belezas
naturais, pois sem elas praticamente não teríamos o que mostrar por aqui. Em BA
até cemitério e estádio de futebol têm história pra contar e hoje são um dos
principais pontos turísticos de um país. Definitivamente recomendamos a todos
os leitores, mesmo os mais viajados, que conheçam este paraíso de cultura e
história que precisaríamos de no mínimo uns 10 posts do blog para terminar de
definir, mas que tentaremos descrever com imagens e mais uma matéria em breve.
Continue nos acompanhando.
Recomendado por Gerfeson Vasconcelos e Patrícia França
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