
Mas, como eram coletados os dados pluviométricos
de outrora? Hoje os dados informados pela FUNCEME são enviados pela estação
particular do Luiz Gonzaga, localizada na Rua José de Alencar com Humaitá e
veiculados pelo Camocim Online. No tempo em que trabalhávamos na EMATERCE (final
da década de 1980 e meados da de 1990) tinha por lá um pluviômetro que era
monitorado pelos amigos Osmar Chaves e Ozenard Sousa, que
informavam os milímetros chovidos para o Escritório Regional em Sobral. Mas,
como nosso negócio é fuçar o passado mais distante, encontramos no Banco
de Teses da USP um trabalho que trata da questão ambiental e o trabalho dos
engenheiros na Baixada Fluminense, durante o período imperial.
Investigando a atuação do engenheiro de tráfego Moraes Rego, a autora Simone
Fadel acaba por nos dar um dado importante: a instalação de um posto
meteorológico na Estação Ferroviária de Camocim e outro na de Sobral, entre
1881 e 1883. O mesmo era encarregado de fornecer os dados para a imprensa de
Sobral e Fortaleza que eram coletados quatro vezes por dia, consistindo na
"determinação da temperatura, pressão, estado higrométrico do ar,
quantidade de chuva, intensidade dos ventos e aspecto do céu".(p.36). Maiores detalhes sobre esse posto não é mais
dado pela autora. Portanto, no tempo do Império era dele, que pensamos ter sido
o primeiro, que as nossas chuvas eram medidas, tarefa hoje continuada pelo
pesquisador Luiz Gonzaga.
Carlos Augusto Pereira dos Santos
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Fonte: FADEL,Simone. Meio Ambiente, Saneamento e
Engenharia no período do Império à Primeira República:Fábio Hostílio de Moraes
Rego e a Comissão Federal de Saneamento na Baixada Fluminense.USP.2006.