sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O VALOR DE UMA ROSA

No último domingo (14) voltamos a pegar a estrada em busca de ajudar de alguma forma, famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social. Nós estamos intensificando isso bem além das campanhas que o blog vem fazendo ao longo de seus 6 anos de existência. Queremos fazer mais, e por isso, sempre que possível, escolhemos as manhãs de sábado ou domingo pra isso.
Esse novo projeto ainda está no início, mas já temos o que contar. Além da participação direta do blog, estamos recebendo também o apoio voluntário de leitores, empresários ou apenas pessoas físicas, que pensam em sintonia conosco, no tocante à execução de ações que visem melhorar de alguma forma a vida das pessoas, pois um ato que seja em prol disso, é muito para quem é beneficiado. Nossa escolha é aleatória. Saímos no "pontozero" com cestas básicas com destino ignorado, agindo na pura intuição, e acredite, temos acertado até agora, e penso que isso tem Deus como guia. 
No domingo (14) chegamos inicialmente à localidade de Privat, já em território de Granja. Lá fomos cumprir uma promessa. Deixar 3 sacos de cimento na casa do Seu "Goió" (à esquerda na foto), casado, agricultor, pai de 4 filhos, que mora em uma casinha de taipa, com uma cacimba a 1,5km,  cujo sonho imediato era rebocar o resto da sala e a cozinha. Eu digo era, porque na altura do campeonato, ele já fez isso, graças ao apoio de nossos leitores. Há 20 dias atrás, descobri esse sonho dele após deixar em sua casa várias cestas básicas e roupas. Fizemos isso na companhia de nossa parceira Alice do Fortim. 
Após sairmos da casa do Seu "Goió", entramos em Granja, em busca de duas famílias que estivessem precisando e muito de ajuda. Após cerca de meia-hora circulando, escolhemos uma casa de taipa no Bairro Alto da Balança. Acertamos em cheio. Na casa morava Dona Rosa (ao centro na foto), deficiente física. Ao entregarmos uma cesta, percebemos que havia uma casa ao lado nas mesmas condições. Ela disse que era de seu filho. Então cogitei deixar outra cesta com ela, já que era tudo da mesma família.  Não para minha surpresa, mas para minha emoção, escutei ela dizer o seguinte: 
- Eu gostaria de pedir ao Senhor que desse essa segunda cesta para meu vizinho da direita, o Seu Eloílson, que está muito doente. A que o Senhor me deu, eu divido com meus filhos. 
Confesso que fiquei sem palavras diante daquele gesto, até porque estava diante de uma mulher sofrida, com limitações físicas, mas  sem dúvida, com uma infinita bondade.
Seguimos então para a casa indicada, e lá doamos mais uma cesta, dessa vez para a esposa (à direita na foto) do Seu Eloílson. Enfim, esse foi nossa história da semana passada, que teve na Dona Rosa, um exemplo de solidariedade recíproca, onde quem tem tão pouco, ainda é capaz de dividir com o próximo. E amanhã vamos pegar a estrada novamente. Mas essa história eu coto pra vocês depois. Obrigado a todos que nos ajudam nessas ações. Dessa vez em especial aos amigos Paulo Andrade, Rosinha Araújo (esposa do meu amigo Randim) e Neide Oliveira, que lá de São Paulo, deixa aflorar sua sensibilidade social. 
Postado por Tadeu Nogueira às 14:05h
Fotos: Tadeu Nogueira