
"Antônio Pereira da Silva, o Mestre Cazumbi,
além de músico, tem uma trajetória ligada ao esporte. Hoje aposentado, ainda
tem fôlego para toda semana treinar jovens em campos de terra da periferia.
Contemporâneo de Sebastião Marques, ele fez parte de uma geração onde se
destacaram outros trabalhadores jogadores como Quebrado, Passaqui, Canoé,
Expedito leitão, Zé Olhim, Linha Fina, Zé Maria, Pepeta, dentre outros. Na
saudação de um cronista local, treinado em seus tempos de adolescente pelo
Mestre Cazumbi, constatamos a importância de seu trabalho junto à juventude
camocinense: '... foi de tudo no futebol: chegou a ser técnico da nossa
seleção, com um desempenho razoável. Quem não passou pelas mãos do velho
Cazumba? Acho que toda garotada teve suas primeiras noções de jogar bola com o
‘Guerreiro’. (...) mas já não tem a mesma garra de outrora, porém, continua
sendo um grande exemplo de desportista para os jovens.' [1]
Mesmo no alto de seus 76 anos, quase cego e sem
poder andar muito, ainda vamos encontrar o Mestre Cazumbi tocando sua tuba nos
eventos religiosos e festivos da cidade. Duas ou três vezes na semana, leva seu
material de treino para o campo do Tapete Verde para não deixar o time do
Maguary morrer. Mesmo sem o reconhecimento e apoio das entidades esportivas
locais, ele continua sendo aquele tipo de pessoa que deixou o esporte entranhar
nas veias, sendo o faz-tudo do seu time: dono, treinador e roupeiro."
Ao Mestre Cazumbi, com carinho... descanse em
paz!
Carlos Augusto Pereira dos Santos
Fonte: [1] “O Velho Cazumba”. Aradi
Silva. O Literário. Ano III, Edição 18, julho de 2001, p.4. Camocim-CE.