Alunos da Unilab, em Redenção, lançaram uma campanha para que uma professora travesti seja nomeada reitora da
instituição. O movimento “Luma Lá”, iniciado no final de
dezembro, pede para que o novo ministro da Educação, Cid
Gomes (Pros), nomeie a professora Luma Andrade (foto) para o cargo.
Luma é conhecida como a primeira travesti do
Brasil a fazer um doutorado. Ela defendeu em 2012 uma tese em educação na UFC
(Universidade Federal do Ceará) sobre travestis nas escolas. O cargo de reitor na universidade está vago desde
o dia 10 de janeiro porque a ex-reitora Nilma Lino Gomes assumiu a Secretaria
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. Nilma foi a primeira negra a se tornar reitora de
uma universidade brasileira. Caso seja escolhida, Luma será a primeira travesti
reitora do País.
Luma afirmou que foi pega de surpresa pela
campanha e que recebeu a iniciativa como “um presente”. “Não foi uma afirmação
minha. Fiquei muito feliz porque a campanha veio do grupo mais forte de
estudantes da universidade e eles confiaram no meu trabalho”, diz.
Segundo ela, a campanha foi vista como uma afronta
por muitas pessoas de dentro da Unilab. “Em todos os espaços temos pessoas
conservadoras. É um espaço de disputa, uma relação de poder, e existem pessoas
que querem essa função e que tinham certeza de que iriam ocupar esse espaço. De
repente, surge o nome de uma travesti e isso veio da comunidade de estudantes,
então foi uma surpresa para todos.”
Lá vou eu: Se ela tiver capacidade para assumir o cargo, não vejo porque sua opção sexual possa ser empecilho. E com todo respeito aos que são contra, exatamente por isso, afronta é o preconceito.
Postado por Tadeu Nogueira às 10:00h
Com informações do Estado do Ceará