Há 100 anos o físico Albert Einstein publicava a
teoria que o lançaria ao estrelato da ciência, provada quatro anos mais tarde
graças a uma experiência realizada simultaneamente em Sobral, no interior do
Ceará, e na Ilha de Príncipe, na África. A teoria prova que matéria distorce o
tempo-espaço e que matéria pode ser convertida em energia e vice-versa, o
princípio da bomba atômica. No nosso dia a dia, a teoria resultou em cálculos
que mantêm aparelhos de GPS atualizados.
"O eclipse era fundamental para provar a
teoria, pois era preciso saber a posição de uma estrela afetada pela força
gravitacional do Sol. A única forma de ver o brilho de uma estrela de dia é com
um eclipse, então eles mandaram expedições para os locais mais adequados para
observar o fenômeno. Sobral foi uma dessas cidades", explica o físico e
astrônomo amador Dênis Róger Pinheiro.
O fenômeno foi observado em Sobral por cientistas
britânicos (foto). Graças à distorção da luz provocada pela gravidade do Sol, uma
estrela "escondida" atrás do astro-rei pôde ser vista da Terra. Na foto ao lado, o registro histórico dos momentos que antecederam o início do eclipse, com a participação da população de Sobral.
O fenômeno ocorreu em maio de 1919, quatro anos
após a publicação da teoria de Einstein. Em alusão à data, Sobral fundou em
1999 o Museu do Eclipse, no centro da cidade. O local auxilia estudos de
ciências e geografia das escolas de ensino fundamental do município e mantêm
lunetas e mapas estelares utilizados pelos cientistas para provar a teoria.
Os visitantes podem aprender como ocorrem os
eclipses por meio de simuladores e ver réplicas dos planetas e satélites
naturais do Sistema Solar, além de fotos e vídeos com material científico e
astronômico, e imagens dos pesquisadores ingleses que visitaram Sobral. “É
possível observar os anéis de Saturno através do telescópio; as crateras da Lua
quando ela aparece no céu e, assim, ter impressões únicas do espaço”, afirma o diretor
do museu.
Para Róger Pinheiro, além de comprovar a teoria da relatividade, a visita de britânicos foi importante para desmistificar o fenômeno natural. "Há muitos registros sobre a ignorância da população na época. As grávidas foram para as igrejas rezar quando escureceu em plena tarde porque a crença da época dizia que o eclipse era uma maldição e o filho delas iria nascer negro. Os cientistas na cidade ajudaram a quebrar esses mitos", conta.
Para Róger Pinheiro, além de comprovar a teoria da relatividade, a visita de britânicos foi importante para desmistificar o fenômeno natural. "Há muitos registros sobre a ignorância da população na época. As grávidas foram para as igrejas rezar quando escureceu em plena tarde porque a crença da época dizia que o eclipse era uma maldição e o filho delas iria nascer negro. Os cientistas na cidade ajudaram a quebrar esses mitos", conta.
Postado por Tadeu Nogueira às 18:10h
Com informações do G1CE / Foto: Observatório Nacional