domingo, 31 de janeiro de 2016

ESTUDO AUMENTA POSSIBILIDADE DE ALZHEIMER SER TRANSMISSÍVEL

A doença de Alzheimer pode ser transmitida durante alguns procedimentos médicos, como cirurgia, de acordo com os resultados de um estudo publicado nesta terça-feira, no periódico científico Swiss Medical Daily. No estudo, foram encontrados sinais de Alzheimer no cérebro de sete pacientes que haviam morrido de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma encefalopatia espongiforme transmissível de caráter neurodegenerativo que acomete os humanos e não tem cura. As informações são da revista científica Nature.
Os pesquisadores suíços e austríacos realizaram autópsias no cérebro das sete pessoas que haviam morrido em decorrência da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Esses pacientes foram infectadas com a rara condição décadas antes de morrerem, após receberem enxertos cirúrgicos de dura-máter (membrana que cobre o cérebro e a medula espinhal). Estes enxertos, preparados a partir de cadáveres humanos, estavam contaminados com a proteína príon que causa a doença.
Além dos danos causados pelos príons da DCJ, cinco dos sete cérebros examinados apresentavam placas de proteína beta-amiloide, associada ao Alzheimer, na matéria cinzenta do cérebro e nos vasos sanguíneos. De acordo com os cientistas, os pacientes, com idades entre 28 e 63 anos, eram muito jovens para terem desenvolvido essas placas. No grupo de controle, composto por 21 pessoas que haviam morrido de DCJ, mas que não haviam realizado enxertos cirúrgicos de dura-máter, não foram encontrados estes depósitos de proteína.
Para os autores, é possível que, além dos príons que causam a doença de Creutzfeldt-Jakob, as dura-máter transplantadas pudessem estar contaminadas com pequenos pedaços de beta-amiloide. As doenças têm longos períodos de incubação. Mas, enquanto a DCJ progride rapidamente, o Alzheimer se desenvolve lentamente, por isso nenhum dos pacientes tinha apresentado sintomas claros de Alzheimer antes de suas mortes.
Postado por Tadeu Nogueira às 11:18h
Com informações da Veja