(Avelar Santos)
Da última vez que avistamos o intrépido
Chico Preá, ele estava deitado placidamente (não de todo em berço esplêndido)
na sua estreita cama de campanha, que ficava bestamente vigiando, sem
necessidade alguma, o amplo corredor que dava acesso aos franciscanos aposentos
do Núcleo dos Estudantes de Camocim (NEC), na Liberato Barroso, na capital
alencarina, tentando inutilmente afastar da “cachola”, quase vazia de ideias e
de bons pensamentos, o convite para uma feliz noitada, com as alegres e famosas
quengas da Leste-Oeste, que os habituais amigos de copo lhe haviam feito, de
forma solene, veraz, persuasiva mesmo - e que ele educadamente recusara.
Agora, quase pronto para dormir, metido no seu indefectível pijama de flanela cor de laranja, um pouco surrado, é verdade, pelo uso excessivo, e que certamente não via sabão há incontáveis semanas, transmutando-se perigosamente para marrom, ainda um pouco impaciente por não ter acompanhado devidamente os nobres conterrâneos para uma farra daquelas, ele fica a imaginar qual deles será o felizardo que conhecerá, digamos, mais intimamente, a Mariane, uma loira oxigenada escultural, de peitos e bunda excepcionais, de deixar qualquer um com torcicolo e de queixo caído, babando, extremamente carinhosa e dadivosa, que conhecera semanas atrás num animado bate-coxa lá no SECAI.
Agora, quase pronto para dormir, metido no seu indefectível pijama de flanela cor de laranja, um pouco surrado, é verdade, pelo uso excessivo, e que certamente não via sabão há incontáveis semanas, transmutando-se perigosamente para marrom, ainda um pouco impaciente por não ter acompanhado devidamente os nobres conterrâneos para uma farra daquelas, ele fica a imaginar qual deles será o felizardo que conhecerá, digamos, mais intimamente, a Mariane, uma loira oxigenada escultural, de peitos e bunda excepcionais, de deixar qualquer um com torcicolo e de queixo caído, babando, extremamente carinhosa e dadivosa, que conhecera semanas atrás num animado bate-coxa lá no SECAI.
Antes que
venha a pensar algo mais concreto sobre aquele assunto (que poderia lhe
desagradar bastante), ele se entrega profundamente nos seguros braços de
Morfeu. No seu sono, agitado, cheio de cansaço e incertezas, vislumbra uma
pequena - e desconhecida - criatura, vestida de verde da cabeça aos pés, com um
esquisito chapéu pontudo, que não lhe caía nada bem, postado como uma palmeira
à beira de uma imensa cacimba, falando, aos gritos, com seu inconfundível
sotaque irlandês, com o nosso colega de República, que evidentemente não
compreendia patavina daquilo que ouvia, pois, aluno pouco aplicado do Liceu do
Ceará, mal sabia ele onde ficava a Grã-Bretanha se porventura alguém ousasse
lhe pedir para indicar a Terra da Rainha no mapa-múndi.
No sonho, ele intuiu (talvez por ser medroso) que aquela “coisa” era alguma visagem que viera infernizar um pouco mais a sua noite, como se já não bastasse o barulho ensurdecedor das buzinas dos carros e das dezenas de ônibus, que se revezavam, por ali, mal educados, nos finais de semana, madrugada afora.
No sonho, ele intuiu (talvez por ser medroso) que aquela “coisa” era alguma visagem que viera infernizar um pouco mais a sua noite, como se já não bastasse o barulho ensurdecedor das buzinas dos carros e das dezenas de ônibus, que se revezavam, por ali, mal educados, nos finais de semana, madrugada afora.
Percebendo que a comunicação precisava de
outro insight para realmente acontecer, o duende (sim, o visitante era um
duende de verdade) resolve apelar para os seus poderes telepáticos, pois, como
é sabido por todos, inclusive pelo próprio Chico, ele é detentor há séculos de
uma gama de superpoderes, tornando-o, dessa forma, um ser especialíssimo na
Criação. Com o devido ajuste feito na sintonia fina do processo comunicativo,
o Preá imediatamente começa a ouvir – e entender - direitinho a “fala” do nobre
cavalheiro da Irlanda. Continue lendo AQUI.