terça-feira, 31 de julho de 2018

O INCENTIVO PÚBLICO AOS BAILES FUNKS E OUTROS MALES

Por Roberto Fernandes Pessoa, 1º TEN QOPM
Nosso cotidiano está cercado de situações em que simplesmente não paramos para refletir o real motivo das coisas. Talvez seja por isso que não se iniciou um sério debate a respeito do desperdício de dinheiro público na realização de festas públicas enquanto faltam recursos para serviços essenciais na saúde e educação, por exemplo. 
Reza a cartilha dos administradores a fraude de que esses eventos “movimentam a economia”, só não se divulgam os desperdícios acumulados desde a contratação dos artistas até aos gastos com a violência e desastres no trânsito, etc.. Só que no mundo das realidades, o que interessa são os fatos. 
É cada vez mais comum, por exemplo, a colocação de telões nos shows com a divulgação de cenas promovendo a imagem dos gestores locais, numa afronta grotesca ao princípio constitucional da impessoalidade, que veda tal artifício. Os próprios artistas, que por uma dessas ironias são muito bem pagos pelos contribuintes, regularmente costumam exagerar nesse tipo de promoção no ato de suas exibições. 
O problema é que, para a esmagadora maioria dos foliões, a Constituição é um desses negócios estranhos que por ventura não pode ser utilizado para parâmetro algum, desde que não seja para alegar seus direitos. 
Outra questão que precisa ser conversada diz respeito à avacalhação que virou moda nas festas públicas, que seria a sua transformação em verdadeiros bailes funks, com todas as suas apologias criminosas, inclusive nos recentes tradicionais festivais de quadrilhas juninas. 
Chama-nos especialmente atenção a tara dos compositores desse estilo pela exaltação ao crime e suas facções, à sexualidade infantil, ao consumo de drogas, às palavras de calão e tantos outros maus gostos possíveis. Num país sério, o que não é o nosso caso, isso seria motivo suficiente para censura e proibição ao estímulo dessa praga (que é promovido acredite, com o nosso dinheiro). 
Mas estamos no Brasil, onde qualquer crítica nesse sentido é considerada “preconceito da elite branca contra a cultura da comunidade”. Há alguma estranha relação envolvendo o mau investimento de dinheiro público, passando desde a promoção indevida de servidores públicos ao estímulo dos “bailes de favela” que precisamos discutir.