
Além do telefone da prefeita de Camocim, Monica Aguiar, os celulares dos prefeitos Osvaldo Neto (Reriutaba), Isis Martins (Hidrolândia), Zé Ailton (Crato) e Renê Vasconcelos (Ubajara) também foram clonados, segundo fontes da Polícia Civil e perfis dos gestores nas redes sociais.
Os fraudadores entravam em contato com amigos e secretários municipais, se passando por prefeitos e prefeitas, para que fossem efetuados pagamentos às empresas que teriam executado supostos serviços para o município. Algumas pessoas desconfiaram das mensagens. Outras, como foi o caso registrado em Camocim, caíram no golpe do WhatsApp e fizeram transferências para contas particulares.
O caso aconteceu na última sexta-feira, dia 30, no início da tarde. Uma pessoa, se passando pela prefeita, entrou em contato com Felipe Araújo Veras, que é presidente da Comissão de Programação Financeira da cidade.
Acreditando estar trocando mensagens com Monica Aguiar, Felipe "passou a conversar normalmente atendendo aos seus direcionamentos".
Via WhatsApp, uma pessoa deu orientações para que o servidor fizesse "transferências diversas para várias contas" a partir da verba do Fundeb.
O tesoureiro disse, em depoimento, ter estranhado a ordem, "sem nenhum tipo de documento como notas" ou processo de licitação" e teria respondido que "não haveria margem para tal" (operação). Com isso, as transferências ocorreram a partir de recursos próprios. Ele contou na delegacia que chegou a ligar para o próprio número da prefeita, que teria retornado com a mensagem de desligado ou fora de área. Ainda assim, teria voltado à conversa via WhatsApp.
Felipe Veras teria questionado que nunca a movimentação do dinheiro do Fundeb teria sido deste modo, sem documentações específicas de contratos. O golpista teria explicado, por escrito, que ele ficasse tranquilo, que os papéis necessários chegariam a ele ainda no final da tarde de sexta-feira.
Já perto do fim da tarde da sexta-feira, por volta das 17 horas, a chefe de gabinete da prefeita, Ana Elizabeth Rodrigues ("Betinha") ligou para o tesoureiro avisando que a prefeita tentava falar com ele. Seria para alertá-lo de que o celular dela teria sido clonado. Só aí Felipe Veras teria confirmado o golpe.
Depois de perceber a fraude, a Procuradoria do município conseguiu bloquear o repasse de R$ 552 mil. A prefeitura de Camocim obteve, na tarde de domingo (02), uma liminar que bloqueou a transferência dos recursos para as contas repassadas pelos fraudadores via WhatsApp. A liminar foi assinada pela juíza cível plantonista, Mabel Viana Maciel.
Depois de perceber a fraude, a Procuradoria do município conseguiu bloquear o repasse de R$ 552 mil. A prefeitura de Camocim obteve, na tarde de domingo (02), uma liminar que bloqueou a transferência dos recursos para as contas repassadas pelos fraudadores via WhatsApp. A liminar foi assinada pela juíza cível plantonista, Mabel Viana Maciel.
Ontem pela manhã, Alexandre Maia, Procurador do Município, afirmou que esteve com a prefeita na Polícia Civil, em Fortaleza, para buscar mais informações da investigação.
"A Prefeitura já adotou todas as medidas cabíveis, administrativas, junto à Polícia e ao Poder Judiciário. Não posso dar mais informações porque há uma investigação em andamento e o caso está em segredo de justiça", explicou Alexandre Maia.
Postado por Tadeu Nogueira às 08:17h
Com informações do Jornal O Povo