sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

ENTRE O DESLUMBRE DO CARGO E A INCONVENIÊNCIA DA FALA

Na quarta-feira (02), ao ser empossado na Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o policial civil Luís Mauro Albuquerque afirmou que não reconhece facção criminosa no Ceará. 
Disse também que a divisão de presos por unidades não deve obedecer a lógica que o Governo do Estado tem adotado até aqui, que é a de distribuir os internos segundo seus vínculos com organizações criminosas.  
"Eu não reconheço facção. O Estado não deve reconhecer facção. A lei não reconhece facção”, respondeu Mauro durante a cerimônia de posse. “O preso está sob a tutela do Estado. Quem manda é o Estado", acrescentou.  
Na teoria, o discurso do entusiasmado policial, recém-promovido a um cargo importante, deveria ser emoldurado. 
Na prática, no meu entender, faltou prudência, inteligência, sobrando deslumbramento pelo cargo alcançado.  
Dizer desconhecer aquilo que existe e vem corroendo a já combalida segurança pública do estado, soou como petulância.  
Como dizer a moradores de Fortaleza, por exemplo, forçados a sair de casa, que facção não existe? Uma coisa é o que o cidadão comum diz, outra é aquilo dito por uma autoridade. 
Por conta dessa fala do entusiasmado Luís Mauro, até mesmo um viaduto sofreu atentado a bomba. O viaduto não caiu, mas já foi condenado pelos técnicos. Além disso, ônibus e até veículos de uma concessionária foram incendiados. Agora, mesmo sem o efeito surpresa, Luís Mauro não poderá mais recuar. 
Postado por Tadeu Nogueira às 08:34h