Leitos quase esgotados, vacinas chegando a conta-gotas, contágio acelerado, curva de óbitos crescendo.
O cenário da Covid-19 no Ceará é desolador e preocupante. Um novo isolamento social rígido, ou lockdown, deixa, portanto, de ser encarado como mera possibilidade, e passa a ser orientado por especialistas como estratégia urgente para frear a nova onda da pandemia.
A convite do Diário do Nordeste, a análise foi feita pelo médico sanitarista e coordenador da Fundação Oswaldo Cruz no Ceará (Fiocruz-Ceará), Carlile Lavor; pelo infectologista e consultor da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Keny Colares, e pelo geógrafo Eustógio Dantas, que mapeia e estuda o avanço espacial da Covid-19 em Fortaleza.
Embora, há uma semana, o Governo tenha tomado medidas mais drásticas de contenção do contágio e determinado uma série de restrições sociais, Keny compreende que a estratégia ainda é fraca e que não deve repercutir numa queda significativa de novos casos.
“Quando o lockdown é bem feito, já tem as primeiras respostas com duas a três semanas. Agora, a gente nunca conseguiu fazer lockdown que mereça esse nome aqui em Fortaleza. A gente nunca fechou como em outros países fizeram”, enfatiza o infectologista, que diz entender as pressões socioeconômicas que recaem sobre o governador Camilo Santana (PT) no momento de decidir pela medida. No entanto, ele ressalta que se o isolamento não ocorrer de maneira completa, “o resultado vai acabar vindo, também, incompleto”.
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