A Covid-19 deixou de ser a principal causa de morte no Ceará desde julho. No último mês de outubro, segundo dados dos cartórios de registro civil obtidos no portal da transparência da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), os três principais motivos das mortes registradas no Estado foram pneumonia (525), septicemia (468) e AVC (422). Covid-19 caiu para o oitavo lugar no ranking das dez causas mais comuns, com 83 registros apenas.
No início do ano, porém, a situação era bem diferente. Mesmo em janeiro, antes do pico da segunda onda da pandemia, a Covid-19 ainda era a principal causa de morte, se não considerar os óbitos contabilizados por outras causas.
Naquele mês, foram registrados nos cartórios do Estado 539 óbitos pela infecção, seguidos de 445 por pneumonia, 376 por septicemia — ou sepse, que é a resposta exagerada do corpo a uma infecção — e 362 por AVC, que são acidentes vasculares cerebrais, uma das principais e históricas causas de morte no Brasil.
O cenário positivo é notoriamente puxado pelo avanço da campanha de imunização contra a doença no Estado.
No entanto, o professor José Xavier Neto, cientista-chefe da Saúde do Cear, se diz preocupado com o relaxamento das medidas de proteção individual contra a doença, como uso de máscaras e distanciamento social. Embora não seja provável uma nova alta significativa de mortes, ele acredita que os casos podem voltar a aumentar consideravelmente em 2022 após as temporadas de Pré-Carnaval e Carnaval.
Por Tadeu Nogueira
Com informações do DN