quinta-feira, 27 de outubro de 2022

É MELHOR VOTAR NA ESQUERDA OU NA DIREITA? ENTENDA PORQUE LULA É A MELHOR ESCOLHA PARA O BRASIL

Por Paulo Emanuel Lopes*

Muita gente não saberia dizer qual a diferença entre votar em políticos da esquerda ou da direita. Apenas seguem o líder que mais gostam e se adaptam às suas ideias, sem pensar muito bem no que seu voto representará, de bom ou de ruim, para sua vida nos próximos 4 anos.

Acredito que muitos respondem que não votam na esquerda porque ela é “a favor” dos gays, do aborto, comunismo ou não sei mais o quê (Lula foi Presidente por 8 anos e não fez nada para facilitar o aborto, tanto que recebeu por muito tempo apoio político dos evangélicos). 

Acontece que essa dicotomia Conservador (direita) ou Progressista (esquerda) não faz referência a costumes pessoais, mas à condução da POLÍTICA ECONÔMICA.

A Direita defende a ideologia do Estado Mínimo e tem no teórico da Economia Adam Smith um representante central. Smith defendia que o Governo não deveria interferir na economia, ou seja, os próprios agentes econômicos (a “mão invisível do mercado”) devem cuidar dos rumos da economia - mais ou menos como deixar o lobo cuidando do galinheiro. Nessa linha de pensamento, as pessoas não deveriam ter acesso a escolas e hospitais gratuitos, mas pagar a empresas privadas.

Já a Esquerda defende que o Estado tenha um papel forte na economia (pesquise John Maynard Keynes), tanto no sentido de oferecer bens fundamentais à população, como saúde, educação e moradia, como ter atuação na economia real. Este é o caso de empresas públicas como Caixa Econômica ou Petrobrás, que são “públicas” mas concorrem com empresas privadas no mercado.

Qual é o melhor lado para se votar? Na verdade, qualquer extremo é ruim. Entre a Direita e a Esquerda a “melhor” ideologia, sugiro, seria a Social Democracia.

Muita gente se diz surpreendida pela posição do senador cearense Tasso Jereissati e do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, ícones da direita, que neste ano votarão em Lula 13 Presidente. Mas esse assombro não deveria existir pois os dois partidos, PSDB e PT têm, na verdade, muitas coisas em comum.

PSDB significa Partido da Social Democracia Brasileira, ou seja, eles defendem o respeito à liberdade econômica e à propriedade privada e, ao mesmo tempo, que o Estado ofereça à população bens básicos, como saúde e educação, gratuitamente. Esse é um modo de pensar que surgiu na Europa e poderia também ser chamada centro-esquerda.

(Não à toa, o programa que antecedeu o Bolsa-Família na busca por garantir uma renda mínima às famílias de baixa renda no Brasil nasceu no governo Fernando Henrique Cardoso. Lula expandiu o Programa e garantiu mais recursos, fazendo-o chegar a mais famílias.)

O curioso é que a extrema esquerda (PCO, PSTU, Crítica Radical entre outros) e a extrema direita do presidente Jair Bolsonaro se parecem muito. Elas acreditam na transformação (radical) da sociedade e, perigosamente, que os “fins” justificam os meios - ou seja, a “violência em nome da paz”.

A Democracia não condiz com o modo de pensar do Presidente brasileiro de extrema direita. Por esta razão, ele faz de tudo para acabar com a independência da Justiça brasileira (mudança no STF), da Polícia Federal (Moro saiu do governo dizendo que o Presidente queria mudanças na PF para poder influenciar na corporação) e das eleições (trabalhou de todo jeito para a urna eletrônica brasileira perder credibilidade).

A Direita não pensa assim. Por isso dizemos que Bolsonaro não é Direita, mas extrema direita. Basta compará-lo a pessoas como o ex-presidente Michel Temer, Tasso e FHC.

Ao contrário do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva não pertence à extrema esquerda, mas é um candidato de Centro - por mais que seu partido seja de esquerda. Em seus 8 anos de governo, apoiou a Reforma Agrária sendo, ao mesmo tempo, aliado do Agronegócio. Garantiu o Bolsa-Família aos mais pobres, mas também o lucro dos banqueiros. Ofereceu mais acesso às universidades sem descuidar do controle da inflação - a Lei de Responsabilidade Fiscal foi respeitada e aumentou a poupança em moeda estrangeira.

Há muito tempo Lula migrou para o Centro, por isso, hoje, consegue reunir mais apoio em torno de si. Já o atual presidente, para conseguir apoio político, precisou entregar o orçamento da União ao presidente da Câmara dos Deputados, surgindo o tal “Orçamento Secreto”.

Bolsonaro ofendeu a China na pandemia, maior parceiro comercial do Brasil. Ofendeu os Estados Unidos ao não reconhecer o Presidente eleito, nosso maior parceiro estratégico e militar. Sua (falta de) política ambiental e indígena vem levantando a possibilidade do agronegócio brasileiro sofrer um boicote internacional, o que seria um baque profundo em nossa economia.

Definitivamente, esse caminho extremista não é o que desejo para o Brasil.

Eu me identifico mais com a Esquerda porque vivemos em um país desigual e em um estado pobre, que possui muita gente que precisa da ajuda do Estado. Por outro lado, concordo mais com a política econômica da Direita em termos de responsabilidade fiscal. Afinal, cuidar da economia é igual cuidar do trânsito: todos se beneficiam (ricos e pobres).

Se você pensa assim, que uma política de Centro é a melhor para o Brasil neste momento, não pode ter dúvidas: domingo é Lula 13 na urna!

*É Jornalista e Publicitário