domingo, 11 de junho de 2023

GRUPO JUNINO CAMOCINENSE BEIRA LIXO É DESTAQUE NA IMPRENSA ESTADUAL

Reportagem do G1 CE, de 11 de Junho de 2023

Era fim da década de 1980. Um grupo de amigos queria um lugar para jogar vôlei e resolveu capinar um terreno baldio no centro de Camocim, cidade do litoral oeste do Ceará. 

Como os moradores das ruas Independência e Humaitá jogavam sacolas de lixo na quadra improvisada, os integrantes acabaram escolhendo um nome peculiar para o time: Beira Lixo.

A equipe masculina foi se consolidando e ganhando partidas na região. O time chegou a ter o nome de Beira Clube, mas seguiu sendo conhecido como Beira Lixo.

Em 1990, os jogadores precisavam de dinheiro para fazer uniformes. Uma ideia foi montar uma barraca no festival de quadrilhas juninas da cidade. Só depois eles descobriram que era preciso ter uma quadrilha para vender produtos no festival.

Foi aí que o time criou a quadrilha Beira Lixo, que estreou no festival de Camocim já conquistando o segundo lugar.

Quem conta a história é Rogério Araújo, conhecido na cidade como Rogério Boi Velho. Ele também jogava vôlei, mas não era do time do Beira Lixo. Entrou para o grupo quando soube da quadrilha de São João. O grupo junino foi uma ideia de Joaquim Fernandes, que hoje é tenente da Marinha.

“Tinha pessoas que gostavam de dançar. A gente sempre tinha dançado nas quadrilhas de colégio, mas nunca tinha ido para um festival. E como na cidade pequena quase não tinha movimento nem nada, foi uma festa para a gente poder fazer uma quadrilha. A gente se encontrava todos os finais de semana para ensaiar”, relembra.

Os 20 pares que dançaram no primeiro ano de quadrilha foram reunidos entre moradores das ruas próximas ao terreno do Beira Lixo, no centro da cidade.

No começo, o grupo dançava como uma quadrilha matuta: dentes pintados de preto, passos e comandos tradicionais de dança, homens vestindo calça jeans e camisa quadriculada, mulheres com vestidos estampados.

“Começou bem caipira. Aí dava certo, não se gastava tanto como se gasta hoje, com uma indumentária toda padronizada. Na época, não tinha nem tema para trabalhar”, conta Rogério.

Hoje com 56 anos, Rogério Boi Velho é professor de matemática na rede estadual de ensino. É também quadrilheiro de coração. Dedicou os últimos 33 anos ao grupo Beira Lixo. Foi brincante primeiro, coordenador do grupo dois anos depois.

Em Camocim, o encerramento dos festivais de quadrilha costumava ter a apresentação de grupos de Fortaleza. Os brincantes do Beira Lixo olhavam para as quadrilhas da capital como uma inspiração.

Ir a festivais de outras cidades também permitia essa troca de experiências. Ainda nos primeiros anos de atividade, chegou o convite para competir no festival de Quixadá, no sertão central do Ceará. Leia mais no https://l1nk.dev/jxUya