Quem não viu a entrevista da modelo e apresentadora Ana Hickmann no "Domingo Espetacular", apresentado pela Record, que foi ao ar nesse domingo (26), precisa assistir para entender cada fase de um caso de violência doméstica.
Tendo como vítima uma anônima ou famosa, como é o caso de Hickmann, a violência doméstica segue um padrão. Ela não faz distinção.
E isso é assim desde sempre. Seja em São Paulo, Nova York, Berlim ou Camocim, o modus operandi do agressor é o mesmo. No caso de Hickmann, ela sofreu todos os tipos existentes dessa violência.
Logo ela que foi vítima ainda adolescente, quando, ao tentar livrar a mãe da fúria do pai, foi jogada por ele em cima de uma mesa de vidro.
Na entrevista, Ana se despiu do glamour, dinheiro, e de tudo aquilo que faz muita gente imaginar que aquilo que se vê nas redes sociais é 100% verdadeiro na sua essência. Ana foi simplesmente Ana.
Me peguei pensando em quantas "Anas" temos em Camocim, Granja, Chaval, Barroquinha e demais cidades onde a proteção à mulher segue sendo uma mera utopia.
Quantas delas terão força e coragem suficientes para fugir de suas prisões invisíveis e, muitas vezes, físicas? Quantas seguirão sendo violentadas por quem deveria simplesmente amá-las?
Ana Hickmann entrou com pedido de divórcio com base na Lei Maria da Penha. Muitas mulheres não sabem, mas isso agiliza o processo de "livramento".
Como diz nossa querida Maria da Penha, a "vida começa quando a violência acaba".
Viva!
Por Tadeu Nogueira