quinta-feira, 25 de abril de 2024

TERMOS RACISTAS: CERTAS PALAVRAS NÃO CABEM MAIS NOS DISCURSOS

Tenho plena convicção de que, ao usar a palavra "denegrir", por exemplo, um vereador ou vereadora de Camocim, seja da situação ou oposição, não está sendo racista, sobretudo se levarmos em conta o contexto das falas. 

Por outro lado, é preciso que esses representantes do povo atualizem seus vocabulários em relação a essa e outras palavras que passaram a ser tratadas como termos racistas há alguns anos. 

“Denegrir” vem do latim e significa enegrecer, mas seu uso está associado à ideia de macular, manchar, sujar alguma coisa.

Por que racista? A junção das duas coisas faz surgir a ideia de que tornar algo negro é negativo, que deve ser evitado, o que reforça a ideia preconceituosa que liga a pessoa negra a coisas ruins.

Portanto, a dica é substituir por “difamar” ou “caluniar”.

Vale lembrar que esse uso não ocorre somente no parlamento Camocinense. Ele segue sendo utilizado até mesmo no legislativo federal. 

Outros termos como “humor negro”, "criado-mudo" e “inveja branca” são considerados racistas, pois retratam pretos como inferior e traz conotação negativa sobre essas pessoas, suas origens e suas religiões. 

É possível substituir essas palavras por outras que transmitem o mesmo significado desejado e não reproduz preconceito.

Pensando nisso, a Justiça Eleitoral até lançou em 2022 a cartilha “Expressões Racistas: por que evitá-las”. 

A iniciativa é da Comissão de Promoção de Igualdade Racial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O material apresenta 40 termos e expressões que são consideradas racistas para serem excluídos do vocabulário diário. Junto com cada um deles é explicado didaticamente como reforçam o racismo e porque não utilizá-los, além de sugerir outros termos que podem ser usados no lugar. 

Para conferir a cartilha, basta acessar o link AQUI

Fica a dica, não apenas para políticos, mas para todos, incluindo a imprensa escrita e falada.  

Por Tadeu Nogueira