terça-feira, 11 de junho de 2024

SEM LICITAÇÃO! EM MEIO À CRISE, CHAVAL PAGARÁ CACHÊ QUESTIONÁVEL A CANTOR

Nos últimos meses, a gestão municipal de Chaval, cidade listada entre as mais pobres do Ceará, sob a liderança do prefeito Sebastião Sotero, tem enfrentado duras críticas em relação às suas decisões financeiras e administrativas. 

Um dos pontos mais controversos é a contratação do show artístico de Thiago Freitas, por mais de R$ 150 mil, pela Secretaria de Educação, ao passo que os ônibus escolares da cidade estão em condições deploráveis. O cantor deve se apresentar no dia 16 de junho no festival junino da cidade. 

A contratação de Thiago Freitas foi justificada pela administração municipal com base no artigo 74, II da Lei 14.133, que permite a inexigibilidade de licitação para a contratação de profissional do setor artístico consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 

No entanto, a consagração do artista é contestada, pois não há evidências de reconhecimento substancial por críticos especializados ou pela opinião pública. 

Ademais, comparando-se a outros casos, como o de Serra Grande (PB), onde Thiago Freitas foi contratado por R$ 60 mil, o valor a ser pago pela Prefeitura de Chaval parece desproporcional.

Enquanto se investe quantias significativas em eventos festivos, a realidade dos transportes escolares do município de Chaval é alarmante. 

Um caso similar em Piripiri, Piauí, ilustra a seriedade das acusações. Lá, o Tribunal de Contas do Estado determinou a suspensão do pagamento de R$ 120 mil a Thiago Freitas, também contratado por inexigibilidade, devido à falta de consagração artística e valores acima do mercado. Essa decisão reforça a necessidade de uma investigação rigorosa sobre as contratações realizadas sem o devido processo licitatório e sem justificativas sólidas.

Diversos incidentes, incluindo veículos escolares pegando fogo, capotagens por falta de manutenção e a presença constante de defeitos nos pneus, demonstram um quadro de negligência e risco constante para os alunos. Esse cenário reflete uma prioridade distorcida na gestão dos recursos públicos, onde a segurança e a educação das crianças de Chaval são colocadas em segundo plano.

Por Tadeu Nogueira