sábado, 21 de setembro de 2024

ELEIÇÕES: AS TENSAS E HISTÓRICAS APURAÇÕES NO PRÉDIO DO INSS DE CAMOCIM

Por Carlos Augusto P. dos Santos*

Um dos prédios públicos mais bonitos de Camocim é, sem dúvida, o do Instituto Nacional da Seguridade Nacional - INSS. 

Inaugurado nos anos 1970, ele chegou com o nome de Instituto Nacional da Previdência Nacional - INPS. Aliás, a Previdência Social do Governo Federal já foi IAPAS, INAMPS, dentre outras siglas.

No entanto, para que o serviço federal da previdência pudesse funcionar em nossa cidade, foi necessário que município fizesse a doação do terreno. Neste sentido, em 17 de setembro de 1969 foi sancionada a Lei Municipal Nº 260 pelo Prefeito Municipal de Camocim Setembrino Fontenele Veras, declarando de utilidade pública um imóvel na confluência da rua Independência com Humaitá, para posterior desapropriação que serviu para construção do prédio do INPS.

Além de servir à população no acesso aos serviços da previdência e assistência social, o prédio do INPS teve outra utilidade - ser o local das apurações de votos das eleições municipais nas décadas de 1970, 1980 e 1990, no tempo em que o voto era assinalado em cédulas eleitorais de papel e depositados em urnas de lonas. 

Os trabalhos chegavam a durar até uma semana e parte da população acompanhava eufórica ou decepcionada os resultados nas calçadas adjacentes ao prédio, manifestando-se a cada "ponta" obtida pelos candidatos, anunciados por bilhetes jogados pelos fiscais do primeiro andar do prédio ou pelos locutores das rádios que acompanhavam a "marcha da apuração".

Terminada a apuração, os vencedores partiam em passeata para espaços identificados com os partidos políticos ou para as residências dos eleitos.

*Professor, Historiador, Escritor Camocinense e Editor do Blog Camocim Pote de Histórias 

Lá vou eu: fui escrutinador (contava os votos) muitas vezes no prédio do INSS. Era tenso do começo ao fim, sempre com um candidato fungando no nosso cangote. Tinha um que era chato demais. O negócio era sinistro, mas divertido. Rendia boas histórias. (Tadeu Nogueira)