A falta de vozes negras na política Camocinense já se tornou uma lamentável tradição. E esse abismo segue aumentando.
Nem mesmo durante as campanhas políticas o tema é discutido publicamente.
O racismo estrutural, sentido dia a dia por cidadãos Camocinenses pretos, sempre foi tabu. A situação não é um fenômeno local, mas deveria ser uma pauta contínua. Na verdade, é como se o preconceito não existisse na cidade.
Nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, fizemos um levantamento sobre a presença negra na Câmara de Camocim, incluindo a formação atual e a que assumirá a partir de 2025.
Dos 15 vereadores atuais, apenas Rosivan Nascimento, Advogado de profissão, se autodeclarou preto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ademais, 9 surgem como pardos e 5 como brancos.
Já entre os eleitos para a legislatura (2025-2028), nenhum é preto. Do total, 11 se declararam pardos e 4 disseram ser brancos.
Dos 50.379 eleitores aptos a votar nas eleições deste ano em Camocim, 88,25% não declararam sua cor/raça. Entre os que declararam, pardos formam a maioria. Em segundo vem os brancos, com pretos em terceiro.
Por Tadeu Nogueira