terça-feira, 20 de maio de 2025

ALERTA: CEARÁ TEVE PICO DE BRONQUIALITE EM ABRIL

Em abril, o vírus sincicial respiratório (VSR) foi o agente etiológico que mais causou síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no Ceará. 

O dado é do informe epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em 9 de maio. 

O patógeno é um dos causadores da bronquiolite, uma inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões que acomete principalmente crianças.

Ao todo, de 6 de abril até 3 de maio (da semana epidemiológica 15 a 18), 1.056 casos de (SRAG) foram notificados no Ceará. Os municípios com maior número de casos são Fortaleza (246) e Sobral (175). O grupo etário mais acometido é o de crianças de até 4 anos, concentrando 64% dos casos (678). Entre elas, 266 são bebês de até seis meses. 

A UPA de Camocim também tem registrado um aumento desses casos. 

Para a pediatra Kathiane Moreira, os casos graves de bronquiolite estão mais numerosos em 2025. A profissional relata atender pacientes com necessidade de internações mais longas e insuficiência respiratória, principalmente entre bebês. 

“Acredito que a gente está com mais vírus circulando ao mesmo tempo. Com o surto do vírus sincicial, nós tivemos o surto também de Influenza A. Tem crianças que acabam se contaminando com os dois”, explica.

Além disso, Kathiane relembra que a vacina contra o VSR para gestantes só foi incorporada ao Sistema Único de Saúde neste ano. De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é que o imunizante seja disponibilizado no segundo semestre. Ainda não há vacinas contra o vírus sincicial disponíveis para crianças. Apenas aquelas que nasceram prematuras ou com comorbidades graves podem receber um medicamento com anticorpos que ajudam a inibir a infecção pelo agente etiológico.

Apesar disso, a vacina da gripe já é uma grande aliada contra as síndromes respiratórias agudas graves na infância. 

Sinais de alerta e cuidados com infecções respiratórias em crianças 

Kathiane alerta para que qualquer sintoma de desconforto respiratório seja levado a sério e encaminhado a um pediatra. “Precisa ser avaliado a frequência respiratória, padrão respiratório, saturação, estado geral da criança”, afirma. 

Além de sintomas comuns, como tosse e coriza, a médica indica verificar a presença de sibilância (chiado no peito) e respiração acelerada (mais de 60 vezes por minuto). 

Também não é recomendada a visita para recém-nascidos ou bebês de até seis meses caso a pessoa apresente algum sintoma gripal. Durante a aproximação com os bebês, usar máscaras e lavar as mãos com sabão.

Por Tadeu Nogueira (com Jornal O Povo)