Do topo do Everest ao fundo do oceano, e até mesmo dentro dos nossos organismos, o plástico está em todos os lugares – e provavelmente ainda estará pelo menos nos próximos 200 anos, tempo necessário para sua decomposição.
Pensando nessa realidade, cientistas já estão criando alternativas para remediar essa situação daqui para frente.
A mais nova invenção?
Um bioplástico que se dissolve na água. Pesquisadores da Universidade Northeastern juntaram forças para produzir os Materiais Vivos de Engenharia Mecânica com Compostabilidade, Curabilidade e Escalabilidade (MECHS, no inglês), uma tentativa de criar materiais inteligentes para ir contra o impacto antrópico no meio ambiente. O estudo foi publicado na Nature Communications.
Manjula-Basavanna e Neel Joshi, químicos da universidade, usaram células vivas para produzir materiais funcionais, neste caso, um tipo de plástico/papel que se destaca por conseguir se regenerar, regular e responder a estímulos externos, como a luz.
Além disso, os MECHS são biodegradáveis em água e em lixos compostáveis.
Como ele é fabricado?
A grande surpresa desse material é que ele é feito de uma “combinação de células inteiras de E. coli e nanofibras curli recombinantes projetadas”, escrevem os autores no estudo.
Para explicar seu funcionamento, uma pesquisa anterior realizada por Joshi, que serviu como protótipo para os MECHS, usou a bactéria Escherichia coli – residente dos intestinos de organismos de sangue quente – geneticamente modificada para produzir hidrogéis que tivessem bases proteicas.
Quando fundidos e secos em condições ambientais, esses hidrogéis conseguiram produzir o batizado por “aquaplástico” pelos cientistas do estudo. O material conseguia resistir a ácidos e bases fortes, além de solventes orgânicos.
Por Tadeu Nogueira (com Superinteressante)