Sebastião Salgado, o maior fotógrafo brasileiro e um dos maiores da história, morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris.
A causa da morte ainda não havia sido divulgada até o final da tarde, pelo horário da França.
Ele deixa Lélia Wanick Salgado, sua mulher desde 1967, e os filho Rodrigo e Juliano.
Salgado sofria de problemas de saúde crônicos relacionados à malária, doença que contraiu nos anos 1990.
O fotógrafo se consagrou no final dos anos 1980 com uma série de imagens em preto e branco de Serra Pelada, local de mineração de ouro na Amazônia que atraiu 50 mil trabalhadores que acalentavam o sonho de ficar ricos. Suas fotos davam a impressão de que o garimpo era um formigueiro humano.
Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em 1944 na pequena Aimorés, no interior de Minas Gerais. Um humanista, ele dedicou seu olhar às injustiças do mundo, tendo fotografado a mineração e levantes sociais, como a Revolução dos Cravos, em Portugal.
Também ficou conhecido como um dos principais defensores da preservação ambiental com suas fotografias da Amazônia. Suas imagens inconfundíveis em preto e branco aliavam beleza e compromisso.
Salgado, que também tinha nacionalidade francesa, deixou relatos visuais icônicos de centenas de viagens, publicados em grandes revistas como Life e Time e exposto em museus mundo afora.
Em 1996, as lentes de Salgado testemunharam uma das maiores ocupações na história do MST, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.
O resultado foi o celebrado livro "Terra", editado pela Companhia das Letras, que contou com prefácio do português José Saramago e músicas de Chico Buarque.
Para o editor Luiz Schwarcz, publisher da Companhia das Letras, a morte de Salgado representa uma "grande perda". "Era um perfeccionista, realmente. Além da amplitude, era muito preocupado com aspectos gráficos."
Com informações da Folha
Lá vou eu: um ser humano diferenciado, respeitado no mundo inteiro. Sempre tive uma grande admiração pelo fotógrafo, mas acima e tudo pelo cidadão Sebastião Salgados.
Que ele esteja na luz.
Por Tadeu Nogueira