Entenda a briga que envolve o homem mais rico do mundo com o homem mais poderoso do mundo.
Durante reunião com o chanceler alemão, Friedrich Merz, na Casa Branca nesta quarta, o presidente Donald Trump mencionou de forma breve que estava “muito decepcionado com o Elon” — a quem chegou até a chamar de “first buddy”, “primeiro-companheiro”, em alusão ao termo “primeira-dama”.
O representante americano afirmou que ajudou muito a Musk e que o empresário conhecia o projeto econômico que criticou antes de deixar o governo “melhor do que quase todos” os membros da gestão e “de repente” colocou um problema na proposta. “Elon e eu tínhamos uma ótima relação”, disse. “Não sei se continuaremos tendo. Fiquei surpreso.”
Em resposta, o dono do X — que chefiava, até o dia 28 de maio, o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), com objetivo declarado de reduzir gastos do Estado — utilizou a própria plataforma para iniciar defesa pessoal.
Ele disse que a afirmação de Trump era “falsa” e que ele nunca tinha visto o projeto de lei que teria gerado o atrito. Também afirmou que, sem ele, o republicano “teria perdido a eleição” e que “os democratas controlariam a Câmara” — o que demonstraria “ingratidão” por parte do republicano.
O presidente dos EUA, então, chamou Musk de “louco” e disse que pediu para que o empresário “fosse embora”. “A forma mais fácil de economizar dinheiro em nosso orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é rescindir os subsídios e contratos governamentais de Elon”, escreveu na plataforma Truth Social.
Elon Musk foi o principal doador da campanha presidencial de Donald Trump, para a qual forneceu, até novembro do ano passado, quando ocorreu a eleição, cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,68 bilhão, na cotação atual). Como consequência do desentendimento, as ações da Tesla, uma das empresas do sul-africano, na Wall Street caíram 8%.
Por Tadeu Nogueira (com Correio Braziliense)