terça-feira, 23 de setembro de 2025

INÉDITO: EAD SUPERA PRESENCIAL EM MATRÍCULAS NO BRASIL

O Brasil registrou pela primeira vez na história mais alunos em cursos de graduação a distância do que na modalidade presencial. 

Dos 10,22 milhões de estudantes do ensino superior no país, 5,18 milhões estavam matriculados no EAD em 2024 —50,75% do total. 

Mais de 95% dos alunos matriculados em cursos a distância estudam em faculdades particulares. 

Os dados são do Censo do Ensino Superior 2024 e foram divulgados na tarde desta segunda-feira (22) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC (Ministério da Educação).

Desde 2020 o Brasil já tem mais estudantes ingressando em cursos a distância do que em graduações presenciais, mas é a primeira vez que isso ocorre também no total de matriculados do ensino superior. 

Mais de dois terços dos ingressantes no ensino superior (67%) foram para cursos EAD em 2024, o que representa mais de 3,34 milhões de novos alunos. Já as graduações presenciais receberam 1,66 milhões de novas matrículas (33%).

Desde 2014, o número de ingressantes em cursos presenciais diminuiu 30%. Naquele ano, essa modalidade registrou 2,38 milhões de novas matrículas, ou seja, com 720 mil alunos a mais do que em 2024. 

Já os cursos a distância tiveram um aumento de 360% no número de ingressantes. Em 2024, eles receberam 727 mil novos alunos. Segundo Carlos Moreno, diretor de estatísticas educacionais do Inep, o EAD tem levado ao encolhimento de cursos presenciais noturnos. 

Em 2014, as graduações com aulas à noite tinham mais de 4 milhões de estudantes. Em 2024, elas tinham apenas 2,7 milhões —uma queda de 33,2%

Apesar de a modalidade a distância já dominar o ensino superior, o avanço do crescimento do EAD tende a diminuir nos próximos anos. Entre 2023 e 2024, as matrículas nesses cursos cresceram 5,6% —uma desaceleração ao que registrou entre 2022 e 2023, quando cresceram 13,4%.

Além da estabilidade natural no período pós-pandemia, a desaceleração acontece após o Ministério da Educação anunciar uma série de medidas para a modalidade na tentativa de melhorar a qualidade e a regulação desses cursos. 

Por Tadeu Nogueira (com Folha)