Ao longo dos últimos 10 anos, o Kitesurf tem sido um importante vetor econômico para o turismo no Ceará. Isso não é especulação, mas um fato incontestável.
Localidades que "não apareciam nem no mapa", hoje vivem do turismo graças à chegada do Kitesurf.
Mas ele não "chega" à toa em qualquer lugar. Ter bons ventos não é suficiente.
É preciso uma contrapartida. E isso significa uma rede hoteleira de qualidade, gastronomia diversificada e grandes competições.
Como testemunha da chegada do Kitesurf a Camocim, gostaria de dizer que a cidade vem tirando boas notas nos dois primeiros quesitos, porém, tem ficado devendo no terceiro.
Camocim praticamente não existe no calendário de competições da Associação Brasileira de Kitesurf. As locais e regionais também fazem falta. E não é por falta de potencial.
Pois é, dentro dos seus invejáveis 62km de litoral, Camocim conta com incríveis, acredite, 7 picos: Guriú, Tatajuba, Ilha do Amor, Farol, Olho D'água, Caraúbas e Maceió. Ufa!
Em quantidade, por exemplo, isso equivale praticamente a todos os municípios que contam com apenas um pico cada, entre Fortim e Cruz.
Por outro lado, se esses outros municípios não possuem a fartura de picos de Camocim, a vantagem deles está justamente onde Camocim vem pecando, ou seja, na promoção de grandes competições nacionais e internacionais por meio da iniciativa privada, pública ou de ambas.
Esses grandes eventos atraem velejadores de renome, parceiros comerciais e uma grande cobertura midiática, fortalecendo ainda mais o destino.
Cumprindo esse quesito, Camocim pode ter cada vez mais pipas colorindo suas praias de alvura sem par.
Basta querer! O turismo agradece.
Por Tadeu Nogueira
