domingo, 28 de dezembro de 2025

MEROS COADJUVANTES

É impossível mensurar a dor do outro, sobretudo quando ela decorre de uma perda precoce. 

Confesso que bate um sentimento de revolta diante de certas partidas. Acho injustas algumas despedidas. 

Nessas ocasiões, perguntas recorrentes são inevitáveis. 

São "porquês" que nos acompanham em nossa breve caminhada terrena.  

Indagações como "por que com essa pessoa" ou "por que tinha que ser assim" invadem meus pensamentos. 

Ao mesmo tempo sei que nada somos, muito menos julgadores. 

Se há explicação até para uma folha que cai, certamente essa resposta não está comigo, com você, enfim, com ninguém que esteja sobre a terra. 

As partidas seguirão sendo inevitáveis. A dor sentida para cada uma delas será sempre pessoal e intransferível. 

Ao final de cada sequência triste, precisamos entender que somos meros coadjuvantes nesse filme chamado "vida". Não cabe a nenhum de nós criar ou mudar o roteiro para que tudo acabe sempre em um final feliz. Quem dera.  

Nunca estivemos no controle. Jamais estaremos. Os "porquês" não cessarão. 

Por Tadeu Nogueira