sábado, 8 de fevereiro de 2025

O TRABALHO DOS ESTIVADORES EM CAMOCIM

Por Carlos Augusto P. dos Santos*

No tempo em que Camocim sobrevivia economicamente das atividades realizadas entre o porto e a estação, os empregos no "chão do cais" e na ferrovia eram os mais cobiçados, embora que, nem sempre, estar empregado nestes espaços, estivesse associado ao mito de "ganhar bem", posto que havia uma hierarquia de acordo com a atividade desenvolvida.

Nesse sentido, um estivador, encarregado da movimentação de cargas, principalmente no interior dos navios, ganhava melhor do que um portuário, enquanto este, melhor do que um salineiro, para falar da realidade dos serviços portuários de Camocim.

Essas categorias profissionais, vez por outra, tinham suas atividades normatizadas pelo Ministério do Trabalho, através de portarias a serem cumpridas nos mais diversos portos do país.

E quanto ganhava um estivador, por exemplo, no ano de 1940? 

Bom, segundo uma portaria federal de 22 de abril de 1940,  os salários praticados nos portos cearenses eram os seguintes (em mil-réis): Camocim - 10$000; Fortaleza - 18$000 e Aracati -11$000.
Como podemos notar, o estivador camocinense era o menos remunerado entre os seus conterrâneos.

*Historiador e Editor do Camocim Pote de Histórias