Seis anos após receberem aval para realizar harmonização orofacial em consultório, a partir do uso de toxina botulínica — o famoso botox— e ácido hialurônico, os dentistas serão agora habilitados a fazer alguns tipos de cirurgia plástica no rosto.
A rinoplastia, técnica que modifica a forma, o tamanho ou as estruturas do nariz, é uma das mais aguardadas.
Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o procedimento é a quarto mais procurado no Brasil.
Outros procedimentos bastante populares que podem ser permitidos são:
Lifting facial (ritidoplastia): para suavizar os sinais do envelhecimento no rosto;
Alectomia: técnica considerada mais simples para "afinar o nariz";
Otoplastia (cirurgia de ''orelha de abano''): para corrigir imperfeições no formato ou tamanho das orelhas;
Blefaroplastia: técnica que "levanta" a pálpebra caída e corrige bolsas de gordura ao redor do olhos;
Queiloplastia: para modificar formato, volume e contorno dos lábios.
De acordo com o presidente do CFO (Conselho Federal de Odontologia), Claudio Miyake, a liberação vai ocorrer de forma gradual a partir de uma habilitação específica que está em fase final de formulação.
Mas não deve abarcar todos os procedimentos. E em alguns casos, será condicionada a uma adaptação de estrutura nos consultórios dentários.
O aval é uma demanda dos profissionais, que desde 2019 passaram a atuar fortemente no segmento da estética.
Além de dentistas e médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, biomédicos, farmacêuticos e até biólogos são habilitados a fazer harmonização orofacial desde que comprovem especialização na técnica.
O anúncio do CFO deve abrir uma nova frente de batalha pelo controle do setor de cirurgias e procedimentos estéticos faciais no Brasil.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) já contesta na Justiça a resolução CFO 198/2019, que reconhece a prática da harmonização orofacial como uma especialidade odontológica. Por enquanto, a Justiça tem sido favorável à categoria.
Em nota à reportagem, o CFM afirmou "ver com preocupação os avanços das demais profissões da área da saúde sobre os atos privativos do médico estabelecidos em lei, colocando em risco a saúde e vida da população". A entidade informou ainda que procurará o diálogo para melhor entendimento.
Por Tadeu Nogueira (com Viva Bem)