ARMANDO NOGUEIRA
Foi com muita tristeza que recebi a notícia da morte do jornalista Armando Nogueira. O criador do Jornal Nacional e de tantos outros programas de televisão tinha o dom de encantar através de seus textos. Ainda criança descobri em seus textos que era possível, através de simples palavras, levarmos nosso pensamento a lugares e situações que só nos traziam paz e felicidade. Ele morreu na manhã desta segunda-feira, aos 83 anos, no Rio de Janeiro. Nascido no dia 14 de janeiro de 1927, em Xapuri, no Acre, Armando Nogueira lutava há dois anos contra um câncer no cérebro. O velório de Armando Nogueira será a partir das 13h (de Brasília) desta segunda no estádio Maracanã. O enterro está programado para a manhã de terça-feira, no cemitério São João Batista, também no Rio de Janeiro. Publico abaixo uma crônica do mestre Armando Nogueira que até hoje consegue tirar lágrimas dos meus olhos. A crònica é uma homenagem ao jogador Zico e fala do jogo de despedida dele.
A ÚLTIMA NOITE
Maracanã, enfeita de bandeiras tuas arquibancadas que hoje é dia de festa no futebol. Encomenda um céu repleto de estrelas. Convida a lua (de preferência, a lua cheia). Veste roupa de domingo nos teus gandulas. Põe pilha nova no radinho do geraldino. E, por favor, não esquece de regar a grama (de preferência, com água-de-cheiro).
Avisa à multidão que ninguém pode faltar. É despedida do Zico e estou sabendo, de fonte limpa, que, hoje à noite, ele vai repartir conosco a bela coleção de gols que fez nos seus vinte anos de Maracanã. Eu até já escolhi o meu: quero aquela obra-prima, o segundo gol do Brasil contra o Paraguai nas Eliminatórias do Mundial de 1986. Lembro-me como se fosse hoje. Zico recebe de Leandro um passe de meia distância já na linha média dos paraguaios. Um efeito imprevisto retarda a bola uma fração de segundo. Zico vai passar batido - pensei. Pois sim. Sem a mais leve hesitação, sem sequer baixar os olhos, ele cata a bola lá atrás com o peito do pé, dá dois passos e, na mesma cadência, acerta o canto esquerdo do goleiro paraguaio.
Avisa à multidão que ninguém pode faltar. É despedida do Zico e estou sabendo, de fonte limpa, que, hoje à noite, ele vai repartir conosco a bela coleção de gols que fez nos seus vinte anos de Maracanã. Eu até já escolhi o meu: quero aquela obra-prima, o segundo gol do Brasil contra o Paraguai nas Eliminatórias do Mundial de 1986. Lembro-me como se fosse hoje. Zico recebe de Leandro um passe de meia distância já na linha média dos paraguaios. Um efeito imprevisto retarda a bola uma fração de segundo. Zico vai passar batido - pensei. Pois sim. Sem a mais leve hesitação, sem sequer baixar os olhos, ele cata a bola lá atrás com o peito do pé, dá dois passos e, na mesma cadência, acerta o canto esquerdo do goleiro paraguaio.
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Postado por Tadeu Nogueira às 13:49h