
No universo da advocacia e do Judiciário, não
tem sido diferente. As mulheres vêm ampliando seus espaços, a exemplo da
pioneira, Myrthes Campos, primeira mulher a conseguir inscrever-se no Instituto
da Ordem dos Advogados do Brasil. Formada em 1889, Myrthes somente foi aceita na
ordem em 1906, demonstrando o longo e árduo caminho que ela teve de enfrentar
para exercer uma profissão reservado exclusivamente aos homens, até então. Sua
coragem deixa um legado de ousadia e relevante contribuição social para as
advogadas deste país.
Desde então, o número de mulheres que escolhem a
advocacia como profissão vem crescendo consideravelmente. Hoje, já somos quase
metade dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil. Dividimos com os homens
os espaços no cotidiano forense, nas universidades, na produção científica e nos
cargos de destaque em órgãos como a própria OAB. Tudo isso concorrendo com
outra jornada: a de mãe, esposa, responsável pela casa e pela família, na grande
maioria dos casos.
Com características intelectuais e de
personalidade diferentes, as advogadas trazem, à análise dos fatos, perspectivas
distintas em relação aos pontos de vista masculinos, especialmente na abordagem
de temas polêmicos, ainda considerados tabus, como sexualidade e relações familiares.
Sua aguçada sensibilidade e inteligência, somadas ao alto grau de
responsabilidade, disciplina, e o apurado senso de Justiça, as torna defensoras
incorruptíveis daquilo que acreditam ser justo. E tem sido essa a contribuição
secular das mulheres à advocacia e ao Poder Judiciário brasileiro: a busca
incessante pela Justiça.
Neste Dia Internacional da Mulher, parabéns àquelas
que lutam pela Justiça, independente da profissão. Parabéns a cada uma de nós!
Ana Raquel Nogueira de Arruda
Estudante de Direito e Estagiária do Escritório Matos Teixeira Advocacia e Assessoria