domingo, 25 de janeiro de 2015

VALE A PENA LER DE NOVO


Com muita honra, saudade, e satisfação, republicaremos neste domingo (25) o Artigo "Insônia", do saudoso amigo, escritor e memorialista Camocinense, Carlos Cardeal.  
INSÔNIA
(Carlos Cardeal)
É noite alta, da janela do meu quarto só vejo escuridão; não tem lua, e o céu é triste e pobre de estrelas, não tem a lua, infelizmente, para tudo parecer um conto. Somente a insônia vem para interromper meus sonhos. Tudo é silêncio, apenas o cantar dos galos e o barulho dos gatos no cio sobre o telhado me dão a certeza de que lá fora há vida. Vez por outra, o vento traz barulho de música, mas até o vento, nesta noite escura, é muito escasso. As casas de festas noturnas, bares e restaurantes funcionam regularmente, e eu sei que seria melhor se estivesse por lá, mas lá eu não posso estar. Sinto-me “persona num grata”, estou pra baixo. A insônia é minha única companheira, mas não é uma boa companhia para cabeceira. Ela insiste, gruda e não larga. Tento ler. Procuro ver televisão; mas é tudo em vão. Se ao menos tivesse a chuva com goteiras no telhado para me embalar o sono. O som da chuva no telhado é cantiga de ninar e ainda serve para afugentar os gatos. É incrível como a insônia é silenciosa e provoca tanta inquietude e pensamentos torpes.
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Postado por Tadeu Nogueira às 10:14h
Artigo publicado na edição de 27 de Setembro de 2009