quarta-feira, 29 de novembro de 2017

DEU NO DN: COMUNIDADE SOFRE SEM ÁGUA HÁ MAIS DE 2 ANOS EM GRANJA

Foi capa da edição desta quarta-feira (29) do Diário do Nordeste, reportagem que denuncia a situação de sofrimento da zona rural de Granja. Segue a matéria: 
Há pouco mais de dois anos, o motorista José Eudes da Rocha sofre com a falta de água, tanto para seu consumo, como para suprir as necessidades diárias da família. Antes de qualquer atividade, o motorista se desloca, cerca de três quilômetros, ainda de madrugada, para garantir um espaço na fila que se forma ao redor do único poço que abastece a comunidade de Vila Nova, no distrito de Parazinho, zona rural de Granja.
Acionado, pela primeira vez, às 5h da manhã, o motor que garante água nas vasilhas e baldes das 45 famílias que formam a comunidade, não tem dado conta da demanda. Com a pouca vazão, a água logo acaba, gerando uma situação desconfortável e de total insatisfação. 
Mesmo sendo acionado mais quatro vezes, ao longo do dia, o motor não garante um volume de água suficiente para encher os vasilhames, apesar da capacidade da caixa chegar a 5 mil litros.  A água fraca que escorre da torneira piora a situação ao forçar os moradores a uma espera constante, sob sol intenso, característico da região.
Para tentar resolver o problema, José Eudes tomou a iniciativa de criar um abaixo-assinado, onde os moradores cobram a Prefeitura de Granja por solução, ou, pelo menos, medidas paliativas que minimizem o impacto causado pela falta de abastecimento.  
"Eu apresentei as assinaturas na Prefeitura, mas nada foi resolvido. O que houve foi uma manutenção da bomba do poço, que ficou parado por uns dias. Enquanto isso, fomos atendidos por dois carros-pipa, mas o problema continua. Todos estamos sendo prejudicados", reclama.
Enquanto isso, alguns moradores têm comprado galões de mil litros, pagado o frete dos carros, ou abastecido em poços particulares, localizados a alguns quilômetros da Vila. Cada frete chega a custar R$ 30. Houve quem se arriscasse a cavar poço por conta própria, mas não obteve êxito. O irmão do pedreiro Romero Rodrigues chegou a gastar R$ 8 mil, na tentativa de encontrar água, mas foi em vão. Romero teve mais sorte, mas para isso vendeu sua moto para investir R$ 14,5 mil na execução do trabalho.
"Eu não aguentava mais ver meus quatro filhos pequenos e a esposa passarem por necessidade, sem ter uma gota de água em casa. Temos mesmo é que lutar por mais opção de água aqui na nossa comunidade; um poço apenas não resolve", lamenta.
"A situação é bastante difícil. Tem gente que já foi embora porque não tem como morar num lugar sem água. O único poço que serve a todas as famílias tem pouca vazão, e a água não é suficiente para atender a todos", diz Edilson Ferreira de Sousa, Aposentado. 
"A gente tem resistido como pode. Como a água que sai do poço não dá para muita coisa, compramos mais para dar conta das nossas necessidades. Eu chego a pagar R$ 30 por entrega de água, que vem de outra localidade", diz Raimundo Nonato Amorim, Agricultor. Leia mais no DN (AQUI). 
Postado por Tadeu Nogueira às 09:05
Foto: Marcelino Júnior