quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

GOLPE DO WHATSAPP: VALORES TRANSFERIDOS PARA O MA FORAM BLOQUEADOS E SERÃO ESTORNADOS

Três contas de três agências bancárias de São Luís, no Maranhão, foram o destino dos R$ 552,5 mil que saíram da conta da Prefeitura de Camocim e creditadas para fraudadores. O dinheiro foi liberado após contato feito via WhatsApp por estelionatários que clonaram o celular da prefeita Monica Aguiar (PDT). O Jornal O Povo apurou que já seriam pelo menos oito prefeitos com celulares clonados este ano, que tiveram assessores abordados em tentativas de aplicar o mesmo golpe.
Uma investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF).
O procurador municipal de Camocim, Alexandre Maia, esclareceu ao Jornal O Povo que o dinheiro obtido pelos estelionatários saiu do Tesouro Municipal, e não de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), repassadas pela União. Ele confirma que o dinheiro chegou a ser transferido ainda na tarde de sexta-feira (30), em cinco operações.
"Houve a transferência. O que nós conseguimos foi o bloqueio já na conta destino", explicou Maia.
Apenas na tarde de domingo (02), no plantão judiciário cível, a juíza Mabel Viana concedeu liminar bloqueando o repasse dos recursos. As transações haviam sido online. Sobre a possível retirada do dinheiro pela quadrilha, o procurador afirmou que "a informação da superintendência do Banco do Brasil é que não (teria acontecido)".
Tanto o BB como os demais bancos foram intimados por oficiais de justiça no início do expediente de segunda-feira (03). Na página eletrônica, a Prefeitura emitiu nota garantindo que não foi gerado "nenhum prejuízo ao município". 
"Estamos aguardando o Banco do Brasil abrir um processo administrativo para que seja feito o estorno. A própria decisão judicial determina esse estorno", acrescenta Alexandre Maia.
O prefeito do Crato, José Ailton Brasil, passou por história semelhante, mas com desfecho menos traumático. O celular dele chegou a ser clonado duas vezes este ano. Uma em junho e outra na quarta-feira da semana passada, dia 28. Em junho, o fraudador chegou a pedir uma transferência comum, de R$ 2 mil, se passando pelo prefeito e fingindo estar sem dinheiro na conta. Ouviu que não seria possível e insistiu se poderia ser de R$ 1 mil. Na última quarta, o assessor do prefeito percebeu que era fraude quando a mensagem do golpista foi mais direta: "Com quem consigo o saldo do Fundeb?".
Postado por Tadeu Nogueira às 10:13h
Com informações do Jornal O Povo